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Trump quer manter crianças enjauladas por tempo indeterminado

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Com a medida, Trump sinaliza para seus apoiadores visando as próximas eleições presidenciais
Com a medida, Trump sinaliza para seus apoiadores visando as próximas eleições presidenciais - ALASTAIR PIKE / AFP
Presidente dos EUA anunciou que pretende endurecer a lei anti-imigração

O governo do presidente dos Estados Unidos (EUA) Donald Trump anunciou na semana passada que pretende endurecer a lei anti-imigração para permitir que crianças nessas condições (de imigrantes) possam permanecer detidas por tempo indeterminado.

O Departamento de Segurança Nacional sinalizou que estabelecerá suas próprias regulações sobre o tema e quer remover qualquer supervisão da justiça, aumentando o tempo de detenção das famílias até quando for preciso. Atualmente há um acordo federal (Acordo Flores aprovado em 1997) que impõe um limite de no máximo 20 dias de detenção dos menores de idade.

Ainda corre o mundo as imagens de crianças enjauladas em condições insalubres e separadas de seus pais. Muitas delas vieram a óbito, aumentando a pressão das entidades de direitos humanos e as demandas judiciais contra o governo dos EUA.

A medida em que as condições de vida se tornam mais difíceis nos países do centro e do sul do continente, aumentam os números de imigrantes cruzando a fronteira dos EUA via México. Dados do governo estadunidense indicam que até o mês de agosto desse ano já são mais de 475 mil famílias nessas condições.

Em grande medida a situação vem piorando nesses países onde o número de imigrantes é maior, principalmente pelo efeito da política de ingerência estadunidense na região como é o caso do bloqueio a Cuba, golpe em Honduras, a militarização na Colômbia e recentemente os embargos econômicos à Venezuela.

De olho nas eleições

Tudo indica que as propostas de mudanças no Acordo Flores serão aprovadas em breve. Trump, com isso, sinaliza para seus apoiadores visando as próximas eleições presidenciais, mas haverá uma batalha judicial pela manutenção do acordo. O Estado da Califórnia que abriga a maior quantidade de imigrantes e outros 19 estados anunciaram que são contra as mudanças e vão demandar o governo federal.

Edição: Vivian Virissimo