Rio Grande do Sul

PROTESTO

Estudantes denunciam cortes de Bolsonaro, Eduardo Leite e Marchezan na educação

Milhares, na maioria secundaristas, saíram às ruas em Porto Alegre nesta sexta-feira (30)

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Caminhada saiu do Julinho, passou pela Prefeitura e terminou em frente à Secretaria Estadual de Educação
Caminhada saiu do Julinho, passou pela Prefeitura e terminou em frente à Secretaria Estadual de Educação - Foto: Luiza Castro/Sul21

Milhares de estudantes, secundaristas em sua grande maioria, com apoio de professores e servidores públicos, saíram às ruas do centro de Porto Alegre, na manhã desta sexta-feira (30), em um protesto contra os cortes na educação resultantes de políticas dos governos de Jair Bolsonaro (PSL), Eduardo Leite (PSDB) e Nelson Marchezan Júnior (PSDB). O alinhamento entre os governos federal, estadual e municipal se traduziu nas palavras de ordem entoadas pelos estudantes desde o início da manifestação, em frente ao Colégio Estadual Júlio de Castilhos. “Quero estudar pra ser inteligente, porque de burro já basta o presidente”, “Ô Eduardo, mãos de tesoura, cadê o salário da minha professora?” e “O meio passe é meu direito, se mexer nele derrubamos o prefeito” foram algumas delas, cantadas em todo o trajeto da caminhada que saiu do Julinho, passou pela Prefeitura e terminou em frente à Secretaria Estadual de Educação.

O ato, que iniciou por volta das 9 horas, foi promovido pela União Metropolitana dos Estudantes Secundários de Porto Alegre (Umespa), União Gaúcha dos Estudantes Secundaristas (UGES), União Estadual dos Estudantes (UEE), União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes) e Movimento Unificados dos Servidores Públicos (MUS). Essas entidades construíram uma pauta unificada que incluiu, entre outros pontos, a defesa da manutenção do meio passe estudantil em Porto Alegre, contra o atraso e parcelamento dos salários dos professores estaduais e servidores públicos, contra a reforma da previdência, os cortes no orçamento e os ataques à autonomia das universidades públicas promovidos pelo governo de Jair Bolsonaro.

Carregando faixas, bandeiras, cartazes e acompanhados por um carro de som, os estudantes saíram do Colégio Júlio de Castilhos e pegaram a avenida João Pessoa em direção ao Centro, passando pelo túnel da Conceição, avenida Mauá e chegando até ao prédio da Prefeitura. Ao lado do Paço Municipal, os estudantes fizeram uma rápida parada para criticar a política educacional do governo Marchezan e a proposta de acabar com o meio passe estudantil. Eles definiram o atual prefeito de Porto Alegre como “inimigo da educação” e prometeram derrotar as suas políticas. Em todo o trajeto, os estudantes foram acompanhados por agentes da EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação) e por viaturas da Brigada Militar, mas não foi registrado nenhum incidente.

Defesa da manutenção do meio passe estudantil em Porto Alegre foi uma das bandeiras da manifestação | Foto: Luiza Castro/Sul21 

“A gente veio para as ruas hoje para fazer uma manifestação geral em defesa da educação, contra os cortes de gastos que vêm sendo feitos pelo governo Bolsonaro e contra a ameaça do governo Marchezan, aqui em Porto Alegre, contra o meio passe estudantil que é um direito dos estudantes da cidade”, disse Gerusa Pena, presidente da União Estadual de Estudantes. A dirigente da UEE-RS destacou ainda que o governo Bolsonaro vem se colocando contra os estudantes no Brasil todo e intervindo nas universidades. “Nesta quinta, ele praticou mais um absurdo e nomeou um interventor da Universidade Federal da Fronteira Sul. Ficamos sabendo agora”, assinalou Gerusa Pena. O decreto assinado por Jair Bolsonaro e pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, nomeou Marcelo Recktenvald reitor da Universidade Federal da Fronteira a partir do dia 31 de agosto, com um mandato de quatro anos.

Ryan Arriera, representante da Ubes no Rio Grande do Sul, afirmou que os estudantes intensificarão a mobilização em Porto Alegre para barrar a proposta do governo Marchezan de acabar com o meio passe estudantil. “Estamos na rua hoje protestando contra esses desgovernos federal, estadual e municipal que estão atingindo nossos direitos, parcelando e atrasando os salários de professores e servidores e cortando recursos da educação”, resumiu Arriera.

"Nesta quinta, ele praticou mais um absurdo e nomeou um interventor da Universidade Federal da Fronteira Sul", disse Gerusa  | Foto: Luiza Castro/Sul21 

Edição: Sul 21