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Educação

Universidade Regional do Cariri se posiciona contra cortes no CNPQ e Capes

Esses cortes afetam diretamente a pesquisa na universidade

Brasil de Fato | Juazeiro do Norte (CE) |
O Fórum se comprometeu a lutar pela manutenção dos incentivos a pesquisa
O Fórum se comprometeu a lutar pela manutenção dos incentivos a pesquisa - Rodolfo Santana

O auditório do Geopark Araripe, na cidade de Crato, sediou na tarde desta terça, dia 03 de setembro, um fórum aberto com o objetivo de agremiar sugestões de ações em defesa da pesquisa acadêmica, setor atacado pelos cortes de verbas promovido pelo governo de Jair Bolsonaro. Com representações de diversos cursos, docentes, discentes e técnicos administrativos traçaram estratégias para conter a crescente falta de recursos e orçamento nos programas de incentivo à pesquisa.

Desmonte 
Ao início da semana, um novo corte de orçamento foi anunciado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Com a medida, mais 5.613 bolsas foram descontinuadas. Este ano, a CAPES sofreu com a queda de mais da metade de seu orçamento. Cerca de R$ 37,8 milhões não serão investidos no desenvolvimento científico do país. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), também afetado pela falta de orçamento, está com um rombo de R$ 330 milhões desde o início do ano. 

Na URCA
“Esses cortes afetam diretamente a pesquisa na universidade. Boa parte das pesquisas são custeadas com recursos oriundos da Capes e da CNPQ” disse o Prof. Irwin Alencar, Pró-Reitor de Pós Graduação e Pesquisa da URCA. Além de afetar a permanência de estudantes na sua formação acadêmica, a desvalorização da pesquisa por parte do governo federal afeta diretamente a economia local da região do Cariri. A contribuição financeira que a pesquisa desenvolvida na URCA realiza para a região alcança R$ 4,27 milhões. “Pra mim foi fundamental ter bolsa no meu mestrado. Eu venho de uma realidade que eu não teria condição de estar na pós-graduação sem bolsa. O financiamento foi muito necessário tanto para a minha continuidade no mestrado quanto para o desenvolvimento da pesquisa.” relata Priscilla Fernandes, mestra em Bioprospecção Molecular pela URCA. Além dela, outras 175 mil bolsas estão sendo afetadas com o desmonte das instituições de incentivo à pesquisa científica.

“Resistir sempre”
Irwin reforçou que é de fundamental importância a promoção de ações afirmativas em prol da defesa da pesquisa científica. A criação de um fórum permanente de pesquisadoras e pesquisadores da região do Cariri, que abrace as instituições de ensino atuantes na região é uma das propostas deliberadas pelos participantes da reunião. “Essa pequena semente que estamos plantando agora é na verdade a porta de abertura pra que a gente possa discutir a nível regional e a nível estadual outras políticas que possam dar suporte para o crescimento do nosso estado e da nossa região.” afirmou Irwin. 
O reitor da URCA, Francisco do O’ de Lima Jr, realçou a importância de “dar visibilidade ao que a URCA produz, demonstrando que o financiamento destinado para a instituição se desdobrou em produção de conhecimento de alto nível”. A reunião foi encerrada com uma série de encaminhamentos propostos e o compromisso da comunidade acadêmica de lutar pela manutenção dos incentivos a pesquisa. 

Edição: Monyse Ravena