Saúde

Artigo | Com ataque a Mais Médicos, governo Bolsonaro agrava problemas da saúde em SP

Deputado vistoria a falta de médicos na capital agravada por recurso na Justiça do governo federal.

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Periferia da capital está excluída do Mais Médicos e sem previsão de ser atendida com profissionais médicos, num futuro programa
Periferia da capital está excluída do Mais Médicos e sem previsão de ser atendida com profissionais médicos, num futuro programa - Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Avanço em Brasília e crueldade dupla do governo Jair Bolsonaro (PSL) na cidade de São Paulo. O avanço que nós tivemos em Brasília, essa semana, foi a aprovação do Projeto de Lei 715/19, da deputada Marília Arraes (PT-PE), em que eu fui relator. Articulamos a aprovação do PL que garante a prioridade no atendimento às mulheres vítimas de violência, por meio de cirurgia reparadora e atendimento psicossocial.

Fundamental para que a gente possa avançar no Sistema Único de Saúde (SUS), no sentido de acolher o conjunto de vulnerabilidades, em especial, a situação da mulher vítima de violência.

A crueldade dupla de Bolsonaro com a saúde de São Paulo tem a ver com o Programa Mais Médicos (PMM) e a destruição do programa na capital paulista.

Primeiro, Bolsonaro retirou São Paulo, cidades da região metropolitana, capitais que têm áreas extremamente vulneráveis, que precisam muito do Mais Médicos, da seleção dos novos editais do programa.

Diante disso, na quinta-feira (3) passamos o dia visitando unidades nas regiões Sul, Leste, Norte, no Centro, observando essa situação de unidades que recebiam profissionais do Mais Médicos e estão excluídas a partir desse momento.

A segunda crueldade de Bolsonaro foi exatamente o seu governo entrar com recurso junto à Justiça de São Paulo, para impedir que a prefeitura pudesse prorrogar por mais um período o contrato de cerca de 40 médicos do PMM que atuavam em unidades do município paulista, atendendo a população desde 2016.

Bolsonaro não somente não ajuda a cidade de São Paulo a enfrentar seus problema de saúde, como também prejudica a cidade ao querer impedir que a prefeitura renove o contrato com seus médicos.

* Alexandre Padilha é médico infectologista, sanitarista, professor universitário e deputado federal (PT-SP). Foi ministro de Assuntos Institucionais do governo Lula, ex-ministro da Saúde (Governo Dilma) e ex-secretário de Saúde da Prefeitura de São Paulo.

Edição: Cecília Figueiredo