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Flamengo: técnico Jorge Jesus já deixou a sua marca no futebol brasileiro

Quando foi a última vez que vimos uma equipe jogando com tamanha superioridade?

Será que há algo de “divino” e “abençoado” nas orientações de Jorge Jesus?
Será que há algo de “divino” e “abençoado” nas orientações de Jorge Jesus? - Alexandre Vidal, Marcelo Cortes & Paula Reis / Flamengo
Quando foi a última vez que vimos uma equipe jogando com tamanha superioridade?

Ainda é difícil encontrar as palavras para descrever o que eu e você vimos no Maracanã nessa quarta-feira (23). Acredito que seja possível dizer que vimos a história do nosso riquíssimo futebol sendo reescrita por um português, um belo time e uma Nação repleta de torcedores apaixonados.

Buscar os adjetivos certos e precisos para falar da atuação assombrosa do Flamengo diante de um Grêmio que jogava a sua terceira semifinal de Libertadores seguida é ainda mais complicado. Ainda mais quando este mesmo Grêmio é impiedosamente goleado e com seu adversário buscando o gol a todo o momento e sem demonstrar uma vírgula de soberba durante os 90 minutos.

E achar os termos corretos para falar do trabalho de Jorge Jesus é tarefa que nem a NASA pode concluir. O “Mister” chegou tem relativamente pouco tempo, mas já abençoou e foi abençoado. Tudo por mostrar a nós brasileiros como se joga o velho e rude esporte bretão dos tempos áureos que tanto gostamos de relembrar quando assistimos nossas equipes “jogando por uma bola” e “mostrando que sabem sofrer”.

O assombro ainda é grande. Quando foi a última vez que vimos uma equipe jogando dessa forma e com tamanha superioridade?

Jorge Jesus (apesar do nome) é apenas um técnico de futebol. Mas será que há algo de “divino” e “abençoado” nas suas orientações?

E o que falar da torcida? Cada vez mais próxima do time e cada vez mais apaixonada…

O “Mister” pode não ser milagreiro ou divino, mas já deixou a sua marca no futebol brasileiro. É possível ouvir os ecos do timaço de 1981 na equipe que goleou o Grêmio no Maracanã. Quem viu esse esquadrão em campo, fala que poucos times no mundo jogavam (e jogam) como aquele. Até mesmo quem não viu se lembra se lembra como aquele time jogava.

Raul; Leandro, Marinho, Mozer e Júnior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico.

Mas esses mesmos também lembram que esse Flamengo de 2019 está chegando perto do nível de excelência da equipe de 1981.

Imaginem a felicidade de alguém que tinha apenas meses de idade quando o Flamengo levantou a sua única Libertadores. Ou que nem havia nascido em 1981. Como todo o elenco comandado por Jorge Jesus. Do mais rico ao mais pobre, do mais fanático ao mais comedido, todo torcedor rubro-negro hoje se levanta em festa ao ver sua equipe jogando um futebol que os mais velhos viram há 38 anos. Imaginem os sorrisos ao verem um time que a grande maioria já sabe de cor e salteado:

Diego Alves; Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Marí e Filipe Luís; Gerson, Willian Arão e Éverton Ribeiro; Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol.

Jorge Jesus faz uma verdadeira revolução. Uma revolução abençoada. Uma recuperação do melhor estilo do nosso futebol.

Falta apenas um jogo para a glória completa. Mas a revolução já começou. Uma revolução abençoada e iniciada por um treinador português que vem d’além-mar para nos mostrar como o nosso futebol em essência era praticado. Alguém que veio nos resgatar da mesmice e da pasmaceira que reinava por aqui.

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Edição: Vivian Virissimo