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Insegura, caseira, tendenciosa: a arbitragem brasileira precisa se profissionalizar

Profissionalização é o primeiro passo para se melhorar a qualidade da arbitragem

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Árbitros poderiam se dedicar à profissão sem muitos problemas, rever as regras e melhorar a qualidade do trabalho
Árbitros poderiam se dedicar à profissão sem muitos problemas, rever as regras e melhorar a qualidade do trabalho - César Greco - Ag Palmeiras - Divulgação
Profissionalização é o primeiro passo para se melhorar a qualidade da arbitragem

Confesso que eu não gosto muito de falar sobre arbitragem. É um assunto que me irrita e que costuma levantar as mais mirabolantes teorias da conspiração. Por outro lado, não dá para ficar quieto diante do que eu tenho visto nesses últimos meses. 

Não é de hoje que os “homens do apito” fazem as suas lambanças colossais dentro de campo. Mas a julgar pelas atuações destes “distintos” senhores na edição de 2019 do Campeonato Brasileiro, é possível dizer que atingimos o fundo do poço. Nossa arbitragem é fraca, insegura, caseira, tendenciosa, usa o VAR como muleta e se faz de vítima quando criticada. Leonardo Gaciba (chefe da comissão de arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol) faz malabarismos estratosféricos para tentar justificar esta ou aquela decisão infeliz dos nossos árbitros. Ao mesmo tempo, faz questão de falar na evolução (?) do trabalho dos árbitros. Se apoia em números, em análises de desempenhos e em outros estudos que não dizem nada. 

O que eu quero saber, meu caro Gaciba, é quando vamos tomar vergonha na nossa cara e profissionalizar a nossa arbitragem. 

O discurso é muito bonito no papel: “A CBF fez isso. A CBF fez aquilo. A CBF está preocupada com a lisura do campeonato” e outras bobagens. Mas ninguém, absolutamente ninguém levanta essa bola dentro da entidade. 

A profissionalização é o primeiro passo para se melhorar a qualidade da nossa arbitragem. Cada um dos nossos árbitros possui outras atividades, visto que não dá pra viver apenas da ajuda que a CBF dá para quem vai apitar as partidas do Brasileirão. Imaginem só, pessoal. Os árbitros poderiam se dedicar à profissão sem muitos problemas, rever as regras e melhorar a qualidade do trabalho. 

Mas parece que a CBF acha legal ver seus árbitros prejudicando clubes todo santo dia sem serem cobrados por isso. Afinal, temos assunto para discutir no dia seguinte aos jogos do Brasileirão, não é? Qualquer reclamação sobre este ou aquele erro é tratado como “choro” de perdedor. Mesmo se o tal erro rebaixou uma equipe. E ai de quem reclamar. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) aparece com mil regras, mil artigos e mil dedos apontados. O negócio é apanhar calado se não quiser tomar uma suspensão. 

Até mesmo o VAR, ferramenta criada para diminuir as dúvidas e deixar o jogo mais justo, vem sendo achincalhada com vontade por pessoas sem um mínimo de competência. São erros no protocolo, na interpretação do que se vê na tela e uma demora absurda para se tomar qualquer decisão. 

Falo com tranquilidade, amigos. Se a CBF quisesse mesmo dar um pouco de credibilidade ao seu trabalho, a primeira atitude seria profissionalizar árbitros e auxiliares antes mesmo de implementar o VAR. Ou a CBF profissionaliza a arbitragem, ou a arbitragem vai acabar com o futebol. Está avisado. 

Vasco fica na bronca com a arbitragem

Lá vem os homens do apito de novo! O Vasco saiu de campo totalmente P da vida com o árbitro Rafael Traci na derrota para o Palmeiras. Reclama-se de uma falta no gol de Luiz Adriano e de um pênalti não marcado a favor do Gigante da Colina. E o mais interessante é que o presidente do Palmeiras achou que estava tudo certo. Queria ver se fosse o contrário… 

A final da libertadores foi para Lima

Demorou, mas a Conmebol finalmente bateu o martelo. A final da Libertadores saiu de Santiago e foi para Lima, mais precisamente no Estádio Monumental “U”, pertencente ao Club Universitario. A data do jogo entre Flamengo e River Plate está mantida: 23 de novembro. Agora, meu amigo, é preparar o bolso porque a facada da mudança dos vôos e da compra dos ingressos vai ser grande. 

Edição: Vivian Virissimo