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Libertadores: Flamengo enfrenta o River em final que já entrou para a história

Entendam bem a importância desse momento, pessoal. Nada será como antes

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A torcida do Flamengo fez uma grande festa no embarque da delegação para Lima
A torcida do Flamengo fez uma grande festa no embarque da delegação para Lima - Alexandre Vidal / Flamengo
Entendam bem a importância desse momento, pessoal. Nada será como antes

O dia 23 de novembro de 2019 já entrou para a história. Não falo apenas da história do futebol. Falo da história das nossas vidas. Quantos de vocês estavam vivos em 1981? Quantos de vocês podem bater no peito e dizer que estão vendo seu time do coração disputando uma final de uma Copa Libertadores da América pela segunda vez?

Entendam bem a importância desse momento, pessoal. Dias como esse merecem ser celebrados. Nada, absolutamente nada será como antes. Na vitória ou na derrota.

Quarenta milhões de torcedores vão entrar em campo no próximo dia 23 de novembro junto com o time do Flamengo. A torcida que é chamada de Nação. Com “N” maiúsculo mesmo. Porque apenas Nações conseguem se manter vivas diante de tantas pancadas, sofrimentos e decepções. Seja com tragédias ou com campanhas ruins, com equipes horríveis ou dirigentes que torraram o dinheiro do clube.

Flamengo e River Plate, o poderoso River Plate, o clube cuja torcida ganhou a alcunha de Millonarios, vão fazer o jogo mais importante das nossas vidas neste sábado, dia 23 de novembro. É daquelas partidas de futebol que já entraram para a história antes mesmo da bola rolar.

Não existe um único torcedor rubro-negro calmo nesse planeta. Os que parecem assim ou acordaram de um coma de dois anos ou usam uma falsa segurança (ou prepotência) como fachada para esconder que estão com os nervos à flor da pele. Por mais que afirmem confiar no time de Jorge Jesus. A ansiedade bate mais forte do que os chutes de Bruno Henrique e Éverton Ribeiro.

O que dizer para os torcedores mais novos? Como acalmar o coração dos mais jovens se os mais experientes mal se aguentam em pé?

O Flamengo de 2019 está a uma partida, uma única partida, de igualar o feito do timaço de 1981. De conquistar a América de novo. Mas seu povo pede o mundo. Mundo esse que já foi tomado pela Nação já mencionada aqui. Vivos ou mortos, adormecidos ou acordados, os torcedores rubro-negros sabem bem o que significa a partida do dia 23 de novembro. Sabem bem o que estará em jogo no estádio Monumental “U”.

Me refiro à glória eterna. Ao privilégio de levantar o mesmo troféu que tantos craques já levantaram em quase sessenta anos de Copa Libertadores da América. A entrar no coração de milhões de torcedores e no imaginário de todos aqueles que amam e admiram o velho e rude esporte bretão.

Mas como conter a ansiedade? E como não permitir que a confiança num time que já provou sua qualidade mais de uma vez se transformar em soberba e autoconfiança?

O torcedor flamenguista é falador, gosta de uma fanfarronice, mas está se roendo por dentro. Posso garantir que todos, mas todos eles já esgotaram seus estoques de chá de camomila e suco de maracujá.

É o maior jogo das nossas vidas. Entendam bem o que isso significa para torcedores que tinham apenas meses de idade em 1981. Ou para quem sequer havia nascido naquela época. Ou quem se encantou com o futebol do Flamengo de Jorge Jesus nesses últimos meses.

Esteja onde você estiver, lembre-se de que esse será o jogo mais importante das nossas vidas. Mantenha a cabeça no lugar, beba água, vista a sua camisa rubro-negra e torça como se não houvesse amanhã. Como se nada mais importasse. Como se o seu grito fosse ajudar Diego Alves a parar os chutes do River Plate e dar força nas pernas de Gabigol.

O povo pediu ao Flamengo que recuperasse a glória. E assim será.

Que São Judas Tadeu abençoe essa gente apaixonada, sofrida e feliz. E que não nos deixe pecar pela falta de humildade.

Amém.

Edição: Vivian Virissimo