Protesto

Centrais e movimentos sociais convocam população para ato em defesa da indústria

Trabalhadores apresentarão propostas para o desenvolvimento econômico do país

Rede Brasil Atual |
Ato centrais sindicais na Avenida Paulista
Manifestantes ocupam a Avenida Paulista durante protesto contra reforma da Previdência - Miguel Schincariol/AFP

Na luta por criação de emprego com dignidade e contra as políticas de desmonte do Estado brasileiro promovidas pelo governo de Jair Bolsonaro (sem partido) e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, centrais sindicais e movimentos sociais organizam nova manifestação nesta segunda-feira (3), a partir das 9h, no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, em São Paulo. Ao meio dia será realizado um ato político em frente à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na mesma avenida.

A ideia é aproveitar a presença de Bolsonaro para um almoço com dirigentes do setor para protestar contra a política econômica do governo, que afeta diretamente o setor industrial do país, elevando os índices do desemprego e da informalidade, e apresentar as propostas da classe trabalhadora para o desenvolvimento econômico do país.

Participam da manifestação as centrais sindicais Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Central dos Sindicados Brasileiros (CSB), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Central Sindical e Popular Conlutas (CSP-Conlutas), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e Intersindical. Entre os movimentos sociais, destaque para a participação das frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, das entidades estudantis União Nacional dos Estudantes (Une) e União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), que se unem à manifestação em defesa da educação e exigindo a saída do ministro Abraham Weintraub.

Durante o ato, que também será em defesa da garantia dos direitos dos trabalhadores, será apresentado o documento “Ações para uma indústria capaz de alicerçar o desenvolvimento brasileiro”, elaborado pelas centrais sindicais. O texto destaca a importância e o papel fundamental da indústria na retomada do crescimento do país, com atenção para a criação de empregos de qualidade.

O protesto também fará a denúncia pública dos ataques do governo Bolsonaro ao setor industrial brasileiro e contra a política de entrega de empresas públicas a corporações estrangeiras – casos da Eletrobras e Petrobras, que já estão com seus processos de privatização iniciados – e a Embraer, recentemente entregue à Boeing.

“Não tem como o Brasil garantir padrão de vida para o seu povo, melhorar os serviços de educação, de saúde, se não tiver uma base industrial muito forte”, afirma o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, convocando a população a aderir à manifestação desta segunda-feira. “A indústria brasileira está morrendo, vem caindo ao longo do tempo e é preciso botar essa agenda no centro do debate do País”, completa.

Para o presidente da Força Sindical,  Miguel Torres,  a jornada  é um importante instrumento para intensificar a luta de toda a população por mais direitos. “O país tem cerca de 13 milhões de desempregados, problemas graves na previdência e a falta de projeto de desenvolvimento e crescimento econômico”, diz o dirigente.

O presidente da CUT-SP, Douglas Izzo, reforça que o ato defenderá o setor industrial brasileiro. Segundo o dirigente, toda a sociedade será afetada com o processo de desnacionalização e desindustrialização promovidos pelo descaso do governo Bolsonaro com o setor.

“O ataque à indústria é um problema de toda a classe trabalhadora porque cada fábrica que fecha afeta a cadeia produtiva e causa impactos na economia e também na arrecadação de impostos pelo governo federal, o que prejudica investimentos em áreas sociais, como saúde e educação”, afirma.

Fiesp

Douglas Izzo lembra também que, além de não representar mais o setor industrial, a Fiesp foi uma das entidades que apoiou e financiou o golpe contra Dilma Rousseff e os ataques aos direitos como a reforma trabalhista e a reforma da Previdência.

“Ao invés de investir na modernização do parque industrial, empresários querem aumentar lucros retirando os direitos dos trabalhadores. Essa é a crítica que fazemos aos empresários e é contra isso que lutamos.”

Sérgio Nobre complementa, afirmando que a entidade que representa os empresários da indústria nacional não tem mais nenhuma pauta em favor da retomada do setor no Brasil porque está se alinhando a um governo fascista, de extrema direita e que desindustrializa o país. “Isso é grave, porque a indústria é estratégica para o desenvolvimento do Brasil.”

Edição: Rede Brasil Atual