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Professores de Betim: greve há uma semana por salário e valorização da carreira

A paralisação acontece desde o dia 6 de fevereiro. Até o momento, município ofereceu apenas 5% de reajuste

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |
De acordo com dirigente, 75% da categoria adere à greve - Sind-UTE Betim

Em assembleia realizada nesta quarta-feira (12), os professores da rede municipal de educação de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), decidiram pela continuidade da greve que acontece na cidade desde o dia 6 de fevereiro. Logo após o encontro, os trabalhadores saíram em marcha pelas ruas do Centro do município (vídeo abaixo).

 
Manifestacao da educacao municipal de Betim.

A GREVE NA REDE MUNICIPAL DE BETIM CONTINUA!

Posted by Sind-UTE / MG Subsede BETIM on Wednesday, February 12, 2020

Além do descumprimento da lei do piso nacional, os trabalhadores denunciam que recebem um dos menores salários da RMBH. Os agentes de serviços escolares chegam a ganhar menos do que o salário mínimo vigente no país, de R$ 1.045. Eles ganham R$ 741,78 por mês.

Os professores, por sua vez, têm um salário de aproximadamente R$ 1.378, enquanto nas demais localidades a remuneração fica em torno de R$ 1.982. O piso nacional, previsto na Constituição Federal, é de R$ 2.816,24.

"Nossa luta é para modificar esse cenário perverso de empobrecimento que foi agravado pela atual gestão, que retirou direitos e congelou carreira", declara Luiz Fernando Oliveira, um dos coordenadores da subsede Betim do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE), se referindo à administração do prefeito Vittorio Medioli (PHS).

Até o momento, a prefeitura chegou a apresentar uma proposta de 5% de reajuste. "O que nos está sendo oferecido não recompõe nem as perdas da inflação da gestão do próprio Medioli. Agora, outras proposições, a gente não conhece. A prefeitura fica no campo das ideias, não apresenta nada concreto”, ressalta Luiz, que salienta que acordos já assinados pelo prefeito ainda não foram cumpridos. Também segundo o dirigente, 75% da categoria está paralisada.

Próximos passos

Os trabalhadores aprovaram um calendário de luta. Nos dias a seguir, eles irão realizar panfletagens na cidade e visita a algumas escolas e comunidades. A próxima assembleia está marcada para o dia 19 de fevereiro, com possibilidade de antecipação caso o Executivo municipal apresente uma proposta viável.

"Gostaríamos de dizer que quando o trabalhador vai para uma greve é porque todas as tentativas de resolver de outras formas foram esgotadas. As gestões municipal e estadual não entendem a necessidade de valorização dos trabalhadores e de qualidade da educação. Nós não gostamos de greve, não é esse o objetivo. O objetivo é manter uma escola de qualidade, com investimento, com profissionais bem remunerados, com formação, porque nós cuidamos do bem mais precioso de uma sociedade, que são os estudantes filhos e filhas da classe trabalhadora. Quem cuida dessas joias precisa ter o melhor salário e precisa ser cuidado. São esses os trabalhadores da educação: quem está na cozinha, na merenda, no pedagógico, na sala de aula, na direção, ou fazendo serviços administrativos”, diz Luiz.

Edição: Elis Almeida