Rio Grande do Sul

GREVE

Proibidos de deixar a Refap, petroleiros trabalham até 10 dias sem direito a descanso

O Sindicato dos Petroleiros solicitou habeas corpus coletivo à Justiça do Trabalho mas teve o pedido negado

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Petroleiros da Refap se somam à greve nacional da categoria desde o 1º de fevereiro. - Rede Soberania

    Vinte e sete empregados da Refinaria Alberto Pasqualini, a Refap, de Canoas, estão trabalhando há 10 dias sem parar e não podem deixar o serviço sob ameaça de demissão. A denúncia é do SindipetroRS, o Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Sul. Os trabalhadores nessa situação são técnicos que atuam em diversas áreas de operação da refinaria. Os petroleiros estão em greve nacional desde o dia 1º de fevereiro.
     Os empregados retidos dormem em locais improvisados e com orientação de não deixar o serviço a não ser que chegue alguém para substituí-los. “Outros quatro deles já tiveram problemas de saúde, com alto nível de estresse, cansaço, dores”, cita o diretor-administrativo-financeiro do Sindipetro, Dary Beck. Receberam atendimento médico e conseguiram ser liberados. 
    “Eu fiquei quase oito dias direto dentro da refinaria”, declarou à rádio Guaíba um funcionário que pediu para não ser identificado. “A gente pode até ser demitido se sair e não tiver alguém lá para assumir nosso lugar”, ressaltou. Contou que todos dormem mal, alguns no próprio posto de trabalho, junto à planta industrial, o que acarreta risco à saúde e aumento do nível de estresse. Bate forte também a saudade da família. O Sindipetro já solicitou um habeas corpus coletivo à Justiça do Trabalho, mas teve o pedido negado. 
    Os petroleiros programaram um encontro neste domingo, dia 16, com as famílias dos trabalhadores impedidos de deixarem o serviço. É uma forma de pressionar a empresa para que reveja a situação. “Vai acontecer na frente da Refap, em Canoas”, observou Beck. No mesmo dia, o fato também será denunciado na manifestação que os funcionários da refinaria farão no parque da Redenção, na capital gaúcha.

Edição: Katia Marko