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Greve dos metroviários de São Paulo é suspensa, mas mobilização continua

Os metroviários terão nova assembleia no dia nove de março que pode decidir paralisação

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Paralisação atinge as linhas azul, vermelha e verde - Miguel Schincariol/ AFP

Os metroviários de São Paulo decidiram suspender a paralisação, que estava prevista para começar nesta quarta-feira (4), mas a categoria continua em estado de greve. No próximo dia 9/3 haverá uma nova assembleia. Caso a empresa não pague a primeira parcela da participação nos resultados aos trabalhadores, o metrô pode parar já no dia 10/3.

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Na campanha salarial de 2019, a justiça determinou um valor único para pagamento de participação nos resultados para todos os metroviários. No entanto, em fevereiro, a empresa conseguiu uma liminar no Tribunal Superior do Trabalho suspendendo a decisão.

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De acordo com o coordenador do Sindicato dos Metroviários, Wagner Fajardo, a empresa informou que não tinha condições de pagar todo o montante determinado pela justiça, mas que estaria disposta a negociar. Mas nenhuma informação que pudesse embasar a negociação foi repassada. Fajardo ressalta que não há abertura de diálogo e que não foram apresentados os números referentes a valor e disponibilidade financeira para o pagamento. 

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“Só um lado funciona, o outro lado não tem acesso à informação. O mais grave dessa história é que desde o início, quando o metrô contestava a posição do tribunal de pagar uma parcela única para todos os trabalhadores, eles nunca discutiram conosco os valores. Eles diziam que não concordavam com a metodologia de todo mundo receber um valor igual e que queriam que os valores fossem proporcionais. Quem recebe salários maiores será beneficiado e os trabalhadores que têm mais necessidade vão receber menos. Isso revoltou muito a categoria, porque eles queriam tirar do trabalhador que ganha menos para beneficiar quem ganha mais.” 0303 - wagnerfajardo - naralacerda

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A categoria protesta também contra a falta de contratação de mais funcionários e os cortes em adicionais de periculosidade, suspensos para as equipes do Centro de Controle Operacional e de áreas de manutenção para pintura e escadas rolantes.

Além disso, o sindicato acusa a empresa de retaliação a trabalhadores que entraram com processo para que o adicional fosse integrado a todos os vencimentos. Quase 100 funcionários que trabalhavam no período noturno há algumas décadas tiveram a jornada alterada sem aviso.

Edição: Rodrigo Chagas