Bolsonaro disse que não aceitará decisões de outros Poderes. Confessa crime de responsabilidade.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a participar de manifestação antidemocrática com críticas ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, neste domingo (3). A participação foi amplamente repudiada no âmbito político e por representantes do Judiciário, e organizações populares.
Durante o ato, apoiadores de Bolsonaro agrediram jornalistas com socos e pontapés. O ato coincidiu com o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Ao ser informado sobre a expulsão violenta dos trabalhadores, Bolsonaro não condenou a violência e se limitou a dizer: "Pessoal da Globo vem aqui falar besteira. Essa TV foi longe demais".
"Temos as Forças Armadas ao lado do povo, pela lei, pela ordem, pela democracia, pela liberdade", disse o presidente tentando transmitir a ideia de que os militares defendem seu governo contra questionamentos de outros poderes. Até o momento, existem 31 pedidos de afastamento de Bolsonaro no Congresso. A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) criticou as falas do presidente. "Bolsonaro falou que não aceitará decisões de outros Poderes. Confessa crime de responsabilidade. As Forças Armadas têm que se pronunciar", disse a deputada.
Ainda sobre a profunda crise política aberta em meio à pandemia do coronavírus, o procurador-geral da República, Augusto Aras, realizou nesta segunda-feira, uma série de pedidos ao ministro Celso de Mello, do STF, para apurar as denúncias realizadas pelo ex-ministro da Justiça, Sergio Moro. Aras considera necessário ouvir Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo, Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional e Walter Souza Braga Netto, ministro da Casa Civil, assim como a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), que segundo Moro, ajudava Bolsonaro na tentativa de interferir na Polícia Federal (PF).
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Edição: Mauro Ramos
