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A vida dos presos importa

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As visitas estão suspensas devido à pandemia e alguns encontros são feitos por videoconferência, mas a maior parte não sabe qual a real situação de seu parente - Giorgia Prates
Próximo ato das famílias está marcado para o dia 6 de julho

Tão invisibilizados quanto as pessoas que estão privadas de liberdade, estão os que visitam os parentes presos.

A insalubridade e problemas estruturais são fatores conhecidos sobre o espaço carcerário, porém, hoje a questão que traz uma problemática ainda maior, a superlotação.
E diante disso familiares vão às ruas exigir o direito de ter notícias dos detentos e outros posicionamentos.

As visitas estão suspensas devido à pandemia e alguns encontros são feitos por videoconferência, mas a maior parte não sabe qual a real situação de seu parente.

"Devido à pandemia, não é para ter aglomeração mas porque no sistema carcerário tem? As famílias estão sem notícias. Outros estão sendo presos e eles estão fazendo exames antes de entrar?", relata Carina Correia, esposa de um dos detentos durante a manifestação no Centro Cívico em Curitiba.

Existem prerrogativas legais para o tempo de execução penal que, assim como os direitos humanos do preso, estão registradas em estatutos e convenções legais. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem e a Resolução da ONU prevê as normas de proteção aos presos.

O necessário mutirão visa a transferência de apenados para o regime semiaberto ou para colônias, permitindo a abertura de vagas nas cadeias e, assim, o desafogamento.
Outra questão levantada pelos familiares se refere à "sacola". O Departamento Penitenciário do Paraná tem uma lista do que pode entrar com a sacola das visitas. Isso se refere aos tipos de alimentos, itens de higiene pessoal e vestuário.

Com pandemia, os familiares teriam que enviar as sacolas por sedex, mas para essas famílias o serviço é caro e muitos estão sem mais essa assistência ofertada pelos seus.

Em outros estados do país, os familiares também vão às ruas exigir respeito aos direitos dos detentos e revelando a dupla penalidade que sofrem os encarcerados no Brasil.

Edição: Pedro Carrano