Rio Grande do Sul

PROTESTO

Trabalhadores lutam contra a precarização da Saúde e em defesa do SUS em Porto Alegre

Fórum em Defesa do SUS, trabalhadores e movimentos sociais realizam ato nesta quinta (09) em frente à prefeitura

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Desde 2019, trabalhadores do Imesf lutam contra as demissões - Giulia Cassol/Sul21

Os trabalhadores da Saúde do município de Porto Alegre enfrentam uma situação crítica, intensificada com a crise sanitária trazida pela covid-19. Faltam equipamentos de segurança individual (EPIs), profissionais, leitos e estrutura para atender os pacientes com qualidade. É o que denuncia o Fórum em Defesa do SUS, que, junto dos trabalhadores e de movimentos sociais, prepara uma manifestação contra a precarização da Saúde e em defesa do SUS, em frente a prefeitura, às 17h30 desta quinta-feira (09).

“Mesmo durante a covid-19, que colocou a Saúde em evidência, a situação que os trabalhadores e as trabalhadoras enfrentam é de precarização”, afirma Cláudia Tomielo, integrante do Fórum em Defesa do SUS e militante do PCB. Além do abandono, ela destaca o desmonte da Atenção Básica em Porto Alegre. “Os 1,8 mil trabalhadores e as trabalhadoras do Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (Imesf) estão há 10 meses ameaçados de demissão pelo prefeito Marchezan, que tem aplicado um projeto de privatização da Atenção Básica em Saúde na cidade, desmontando as equipes de trabalho, entregando a saúde na mão das Organizações Sociais e rompendo com os princípios do SUS mesmo em meio à pandemia”.

Recentemente, a prefeitura cortou o vale-alimentação dos trabalhadores do Imesf, em meio à crise sanitária e econômica, para pressionar a demissão, conforme aponta Cláudia. “Entendemos que saúde é um direito e não uma mercadoria! Por isso, estamos chamando um manifesto para esta quinta-feira, respeitando o distanciamento social, porque entendemos que é necessário avançar na defesa da saúde da população e dos direitos dos e das trabalhadoras da saúde”.

Não bastasse a situação municipal, o Fórum em Defesa do SUS destaca que, “em todo o país, enfrentamos uma política genocida que já matou mais de 67 mil brasileiros por covid-19. Uma política que não permite que a população tenha condições concretas de permanecer em isolamento social em nome do funcionamento da economia, do lucro dos grandes empresários e banqueiros”. Para Cláudia, é uma face do projeto nacional para desmontar e privatizar a Saúde. “Vamos seguir lutando por um SUS 100% público, estatal, de qualidade e de gestão direta”, conclui.

Edição: Marcelo Ferreira