Rio Grande do Sul

Defesa da Saúde

Primeiro ato das Comunidades em luta defende “O SUS é nosso, ninguém nos tira” 

Manifestantes percorreram, nessa quinta-feira (23), ruas das periferias de Porto Alegre e região Metropolitana 

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Manifestantes denunciaram o desmonte no SUS e ameaça da privatização da saúde - Reprodução

A região Metropolitana de Porto Alegre e a Capital têm vivido dias de profunda insegurança frente a ampliação do contágio da população pelo coronavírus e, por consequência, do risco de esgotamento da capacidade de atendimento pelas unidades de Saúde. Pensando nessa realidade, um grupo de moradores saíram pelas ruas das periferias de Porto Alegre e de Canoas e São Leopoldo, com cartazes e faixas em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), em apoio aos trabalhadores da Saúde e o acesso à renda básica. 

Respeitando os cuidados de distanciamento, uso de máscaras e outros aspectos que preservem a vida, o primeiro ato das Comunidades em Luta ocorreu nos bairros Lomba do Pinheiro, Cruzeiro, Sarandi, Morro da Cruz, Vila Vargas e Cascata, de Porto Alegre; Feitoria/São Leopoldo e João de Barro/Niterói/Canoas. O protesto contou com a presença de professoras, agentes de saúde, lideranças religiosas de matriz africana, integrantes de diversos movimentos sociais e sindicais, assim como representantes públicos. 


Atividade na Unidade de Saúde do Morro da Cruz / Arquivo Pessoal

Durante as manifestações os participantes denunciaram o desmonte do Sistema Único de Saúde e da Atenção Básica. “Querem quebrar com a universalidade do SUS, querem acabar com a Saúde pública, transformando-a em mercadoria em plena pandemia”, afirmou um dos manifestantes da Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre. 

“Estou aqui pedindo socorro à nossa saúde, socorro para os equipamentos dos nossos trabalhadores de Saúde, que os governos tenham mais consciência com esse pessoal que fica na linha de frente, que precisa dos exames, socorro com o material que falta nesses postos de Saúde”, clamou Adriana, da vila Pedreira, bairro Cristal. 


Comunidade da Lomba do Pinheiro / Arquivo Pessoal

De acordo com a  integrante de coletivo feminista que atua na comunidade da Cascata, em Porto Alegre, Zadi Zaro, o ato marca o início de um processo de mobilização conjunta das comunidades da região Metropolitana de Porto Alegre e da Capital, decididas a dizer basta para o descaso com que a vida da população tem sido tratada pelo poder público. 


Comunidade da Cascata, em frente à UBS 1° de Maio / Arquivo Pessoal

“Em um momento em que todos deveríamos estar em isolamento social, aproximadamente uma centena de pessoas, de oito comunidades de Porto Alegre, Canoas e São Leopoldo, nos vimos na obrigação de ir à rua protestar em defesa de mais investimento para o SUS, de condições adequadas de trabalho para profissionais da Saúde e de garantia de renda básica para o povo que trabalha e está sem condições de manter a quarentena por necessidade econômica”, apontou Zadi, destacando que sem a pressão social, o interesse na privatização da Saúde e também do saneamento básico prevalecerá e ampliará a vitimização de nossas comunidades, frente à pandemia e outros problemas de saúde e riscos decorrentes da crise econômica.

Comunidade da Cruzeiro / Arquivo Pessoal

 


Comunidade do Sarandi / Arquivo Pessoal


Comunidade da Vila Vargas / Arquivo Pessoal


Comunidade João de Barro Niterói/Canoas/ Arquivo Pessoal


Comunidade da Feitoria/São Leopoldo / Arquivo Pessoal

Edição: Katia Marko