Paraíba

GREVE NACIONAL

Trabalhadores dos Correios/PB deflagram greve a partir das 00h desta terça-feira (18)

Assembleias diárias acontecerão online; manifestantes fazem piquete em frente a Central, no bairro do Cristo

Brasil de Fato | João Pessoa - PB |
Greve durará até atender os objetivos - Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

Os funcionários dos Correio na Paraíba declararam greve, seguindo deliberação nacional, a partir dos 00h desta terça-feira, dia 18. Um piquete estará montado na COA - Complexo Operacional Administrativo, no bairro do Cristo Redentor, onde farão assembleias online diárias às 18h30, todos os dias. Os trabalhadores alegam greve pela manutenção dos direitos, em defesa da saúde, da vida e do emprego e contra as privatizações de Bolsonaro e seu governo. 


Assembleia ocorreu nesta segunda-feira (17) / Foto: Arquivo Pessoal

A Assembleia aconteceu na Associação Recreativa dos Correios - Artec - no bairro do Bessa com a participação de mais de cem trabalhadores in loco e, também, online.

A deliberação de greve partiu de 36 sindicatos em toda a federação e um dos principais objetivos é manter o atual dissídio coletivo desde que, após greve no ano passado, houve julgamento no Tribunal Superior do Trabalho, e foi protelado que a prorrogação do dissídio anterior, de 2019, tivesse vigência até 31/07/2021. 

A empresa poderia esperar até o julgamento do STF para poder tomar alguma posição, antes de aplicar essa grande redução de direitos dos trabalhadores, em plena pandemia

A empresa recorreu ao Superior Tribunal Federal e o ministro Dias Toffoli suspendeu a cláusula 28 em três artigos que tratam do Plano de Saúde, além da cláusula 79 da vigência. A empresa aplicou, em janeiro, um aumento da co-participação do percentual de 30% para 50%, e a suspensão a partir de 01/08 de todo o dissídio coletivo. 


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Tudo isso resultou numa majoração, ou seja, num aumento substancial dos descontos nos contracheques do sindicato, uma vez que o plano de saúde é descontado em folha de pagamento - o que não resulta em inadimplência para o plano. Com isso, o  aumento de desconto na folha de pagamento deixou muitos trabalhadores em situação de grande dificuldade financeira. 


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Segundo Tony Sérgio, secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios na Paraíba(SINTECTB), a previsão é de que haja trabalhadores recebendo menos de um salário mínimo. 


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Ele reclama que a empresa poderia esperar até o julgamento do STF para poder tomar alguma posição, antes de aplicar essa grande redução de direitos dos trabalhadores, em plena pandemia. “Na realidade, uma liquidação, que nós temos um dissídio coletivo com 79 cláusulas, a empresa excluiu 70 e reformula 09, onde o trabalhador praticamente fica sem direito nenhum garantido”, afirma ele. 

A empresa Correios alega não ter condição de manter o atual dissídio, afirmando haver déficit. “Só que a gente já registrou que, com a retirada de pais e mães no ano passado, a empresa economizou R$ 500 milhões por ano. E com essa aplicação do aumento de 30 para 50%, foi mais R$ 389 milhões porque há trabalhadores que não suportaram o plano de saúde, tiveram que sair. Com os descontos que estão havendo, redução do vale alimentação e de vários outros direitos, os trabalhadores estão muito preocupados e, por isso, a greve é muito forte”, destaca ele.

“A greve aqui na Paraíba é forte, está atingindo vários municípios, várias agências e unidades dos Correios. Porém, por conta da pandemia não há aglomeração e o piquete lá no COA estamos tendo sempre a preocupação com a saúde e com um número bem reduzido de trabalhadores.”

Há descontos de vale alimentação e redução de vários outros direitos. Além disso, empresa registrou um aumento nas postagens na internet e aumentou em 25% a postagem nos correios de encomendas. "Então, ela está tendo lucro, e tem condição de atender as reivindicações, sim", reitera Tony Sérgio.

 

 

 

Edição: Maria Franco