Rio Grande do Sul

SAÚDE

TRT-4 propõe que hospitais do RS apresentem plano de testagem para trabalhadores

Proposta ocorreu em mediação realizada nesta terça (25) e será avaliada até nova reunião agendada para 3 de setembro

Brasil de Fato | Porto Alegre |
No mesmo dia, dirigentes sindicais realizaram um protesto por testagem aos trabalhadores da Saúde em frente ao Palácio Piratini - Divulgação CUT-RS

Em mediação sobre a garantia de testagem para covid-19 aos trabalhadores da Saúde, realizada por videoconferência, na tarde desta terça-feira (25), a Justiça apresentou uma proposta para as federações patronais, que representam hospitais públicos, privados e filantrópicos no Rio Grande do Sul. A desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-4), Ana Luiza Heineck Kruse, fixou até o dia 2 de setembro para que os representantes especifiquem como serão identificados os trabalhadores sintomáticos e seus contatantes em cada setor de trabalho, para que seja feita uma análise do que efetivamente será praticado em cada uma das unidades hospitalares.

Após o envio para o TRT-4, a proposta será avaliada pelas entidades dos trabalhadores até a nova reunião, agendada para o dia 3 de setembro, às 14h. A mediação é resultado de uma ação judicial movida pela CUT-RS e a Federação dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde do RS (Feessers), com o apoio dos Sindisaúdes filiados, o Sindicato dos Enfermeiros (Sergs) e o Conselho Regional de Enfermagem (Coren-RS), pedindo a testagem de todos os trabalhadores da Saúde no estado.

A audiência ocorreu após manifestação simbólica realizada pelos trabalhadores da Saúde, na manhã de terça, em frente ao Palácio Piratini. Usando roupas de enfermagem e máscaras de proteção e respeitando o distanciamento social, sem aglomeração de pessoas, os dirigentes sindicais criticaram a política “de bandeirinhas” do governador Eduardo Leite (PSDB), enquanto o RS já registra mais de 3 mil vidas perdidas e de 112 mil pessoas contaminadas pelo novo coronavírus.

“Quem cuida da vida das pessoas não pode morrer”

Nos últimos meses, os sindicatos têm promovido uma série de manifestações em frente a hospitais no Rio Grande do Sul chamando a atenção para a falta de testagem de quem está na linha de frente do combate ao vírus e o alto número de profissionais contaminados. Já ocorreram protestos em frente aos hospitais São Lucas da PUCRS, Clínicas, Santa Casa e Ernesto Dorneles, em Porto Alegre; São Camilo, em Esteio; e Dom João Becker, em Gravataí.

“Esperamos que os hospitais apresentem uma proposta capaz de iniciar logo os testes para covid-19, uma vez que já temos milhares de profissionais da saúde afastados e contaminados, além de outros tantos que estão atendendo pacientes e, por falta de testagem, não sabem que se encontram infectados”, afirmou o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci. “Quem cuida da vida das pessoas não pode morrer”, destacou.

Os dirigentes sindicais ficaram alarmados com as alegações dos representantes dos hospitais sobre a não testagem para todos, principalmente quanto à falta de recursos financeiros e de estrutura. Para o presidente da Feessers, Milton Kempfer, “como explicar a falta de dinheiro, se nem mesmo o ajuste de reconhecimento e valorização dos trabalhadores estão querendo dar, mas recebem regularmente dos governos federal e estadual a verba extra para o atendimento da covid-19”.

Participação

Pelos trabalhadores, além de Amarildo e Milton, participaram o secretário de Saúde do Trabalhador da CUT-RS, Alfredo Gonçalves, o presidente do Sindisaúde do Vale dos Sinos, Andrei Rex, a presidenta do Sergs, Cláudia Franco, e a procuradora do Coren-RS, Ana Cristina Bellio.

Pela representação patronal, compareceram a Federação dos Municípios do RS (Famurs), a Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do RS (Fehosul), a Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do RS e o Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (Sindihospa).

Também estiveram presentes o procurador regional do Trabalho do Ministério Público do Trabalho (MPT), Paulo Eduardo Pinto de Queiroz, as procuradoras do Estado, Andréia Über Espiñosa e Aline Fayh Paulitsch, e a chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual da Saúde, Tani Ranieri.

Clique aqui para ler a ata da mediação.

* Com informações da CUT-RS

Edição: Marcelo Ferreira