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Em São Paulo, Grito homenageia mais de 125 mil vítimas e denuncia Estado da "morte"

Com cruzes e balões, entidades e movimentos ocuparam a Praça Oswaldo Cruz por direitos e pela "vida" do povo brasileiro

Brasil de Fato | São Paulo (SP) | |
Cruzes em homenagem às vítimas marcaram o Grito, em São Paulo - Pedro Stropasolas

Em São Paulo, centenas de pessoas ocuparam o centro da cidade para a 26º edição do Grito dos Excluídos e das Excluídas, nesta segunda-feira, 7 de setembro. Em pauta, o lema "Este sistema não vale: lutamos por justiça, direitos e liberdade", que também contou com atos espalhados em outras cidades do país, em denúncia ao Estado de exceção e da “morte” liderado por Jair Bolsonaro (Sem Partido). 

“São quase 13 milhões de desempregados, quase 15 milhões de pessoas passando fome em nosso país, quase 40 milhões de pessoas na informalidade e sem proteção social. Então mesmo com a covid-19, mesmo tomando os cuidados, nós estamos nas ruas em vários locais do Brasil e aqui também em São Paulo, para dar um grito. Um grito de basta de miséria, basta de violência, em defesa da democracia, dos direitos e da vida”, afirma Raimundo Bonfim, Coordenador da Central dos Movimentos Populares (CMP).

O ato na capital paulista começou às 10 horas, com uma celebração ecumênica reunindo lideranças de religiões de matriz africanas, católica e evangélicas, com destaque para a presença do Padre Assis, Kika e do Pastor Ariovaldo. 

Em seguida, as lideranças dos movimentos e entidades tiveram a oportunidade de expor suas lutas em falas curtas, segurando cruzes de madeira em homenagem às mais de 125 mil mortes pela covid-19 no país. 

Além da CMP, estiveram na organização do Grito, a União dos Movimentos da Moradia (UMM), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Frente de Luta por Moradia, o Levante Popular da Juventude, o Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), o Movimento Nacional da População em Situação de Rua (MNPR), o Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR) e a Marcha Mundial das Mulheres (MMM).

Sônia Coelho, coordenadora da Marcha Mundial das Mulheres, destacou a necessidade do fortalecimento do Estado e das políticas públicas para que o trabalho das mulheres seja reconhecido. Também elucidou o tema da Legalização do Aborto, que veio a tona ao debate público após o caso envolvendo uma menina de 11 anos estuprada pelo tio no Espírito Santo. 

“O governo através do Ministério da Saúde está tentando desmontar o pouco que tem de aborto legal no Brasil, que é o aborto das mulheres quando são estupradas, quando correm risco de vida, quando têm problema de anencefalia. Então, nosso grito é aqui também pela legalização do aborto, para que nenhuma mulher no Brasil morra, seja maltratada ou humilhada porque decidiu fazer um aborto” destaca Coelho. 

Também estiveram no Grito desta segunda feira (7), em São Paulo, Alexandre Padilha, Paulo Teixeira e Jorge do Carmo, entre outros parlamentares e pré candidatos para as eleições municipais deste ano.


 

Edição: Rodrigo Durão Coelho