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Ciência Popular | A ciência em tempos de incredulidade

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" Eles não aceitam que a terra seja redonda, que as pessoas estejam de fato morrendo de covid-19 ou mesmo que o pantanal esteja ardendo em chamas"
" Eles não aceitam que a terra seja redonda, que as pessoas estejam de fato morrendo de covid-19 ou mesmo que o pantanal esteja ardendo em chamas" - Foto: Creative Commons
Em vez de duvidar da ciência, que os incrédulos juntem-se aos cientistas

Quem nunca debateu com um incrédulo científico que atire a primeira pedra. Eles não aceitam que a terra seja redonda, que as pessoas estejam de fato morrendo de covid-19 ou mesmo que o pantanal esteja ardendo em chamas.

Ao invés de excluí-los das discussões, uma decisão inteligente seria convidá-los a conhecer o método científico, fazendo-os perceber que dentro da ciência não há espaço para achismos.

O termo ciência tem origem no latim (Scientia) e significa conhecimento. A definição dada por Aristóteles já falava de conhecimento demonstrativo: ou seja, não adianta apenas conhecer, há a necessidade de demonstrar o conhecimento adquirido construindo hipóteses a partir de observações e testando-as para então se passar ao entendimento do que seja esta lei natural.

Para entender como essa estrada que ruma à verdade é construída, se faz necessário entender as rígidas regras do jogo, ou seja, o método científico. Independente do caminho ou área de conhecimento que se siga o preceito da ciência requer um requisito fundamental: isenção do observador. Ou seja, além de ser invisível àquilo que observa, este importante elemento do método científico não pode e nem deve incluir nenhum tipo de viés. Ou seja, o cientista não pode torcer para que a terra seja redonda ou plana. Ele deve elaborar um experimento, levantar hipóteses e analisar os resultados ao ponto de chegar a uma conclusão.

No caso de testar a hipótese da terra ser plana, ele poderia traçar experimentos em diferentes níveis, a depender dos recursos que disponha.

O mais barato de todos seria reunir 1000 fotos da terra tiradas do espaço e obtidas em sites diferentes da internet. Com isso, seria levantada uma estatística que descreve o percentual de vezes em que a terra parece ser plana. Se isso não for suficiente, o nosso cientista pode elaborar um projeto de foguete e uma webcam que transmita imagens do que percebe à medida que se afasta do solo (imagens da NASA também fazem este papel). Com isso, ele chegaria à conclusão óbvia de que a terra não é plana. E o mais importante, teria sua opinião baseada em fatos (1000 em 1000 fotos mostram que a terra não é plana). E entenderia enfim porque na ciência não há espaços para achismos. Tudo está aberto e pronto para acolher qualquer hipótese que prove o contrário.

Então, em vez de duvidar da ciência, que os incrédulos juntem-se aos cientistas na busca pela verdade. E vejam como é magnífica a estrada que vem sendo construída pela espécie humana há séculos. Esta mesma estrada que vem sendo pavimentada em direção à cura da covid-19.

Edição: Vanessa Gonzaga