Se você não sabe o que seria da sua vida sem o queijo, talvez você esteja viciado sem perceber
No texto anterior eu expliquei um pouco sobre o veganismo e, durante toda minha experiência de atendimento clínico, e de conversas por aí, eu percebi que, se tem um alimento de origem animal que as pessoas tem mais dificuldade de parar de consumir é o queijo.
A dificuldade em retirar o queijo da alimentação não é a toa. Já foi descoberto que a caseína, proteína presente no leite, é capaz de ativar receptores no cérebro que estão envolvidos em mecanismos de vício e dependência. Se você não sabe o que seria da sua vida sem o queijo, talvez você esteja viciado sem perceber.
Além da dependência fisiológica, a praticidade de consumo do queijo em qualquer lugar, hora e circunstância é um dos fatores que tornam mais difícil a sua exclusão da alimentação. Sem dúvida, o queijo se tornou aquele coringa pra qualquer momento, afinal quem nunca comeu aquele pão com queijo no café-da-manhã, no lanche da tarde e à noite?
Além disso, o queijo geralmente é muito usado para dar sabor a alimentos considerados “sem graça”: chuchu, berinjela, abobrinha, saladas.
Repare que os alimentos definidos como “sem graça” são, geralmente, legumes e verduras. Fato é que, cada alimento tem suas particularidades e existem várias possibilidades de preparação para realçar o sabor deles. Misturar o queijo não precisa ser uma opção. Por apresentar mais gordura e o sabor mais salgado – principalmente os tipos curados, prato e mussarela – o queijo satura nosso paladar, ou seja, é como se ele levasse o sabor ao extremo.
Temos que concordar que, quando temos uma experiência muito intensa, todo o resto fica “sem graça”. Talvez se limparmos nosso paladar retirando alimentos e produtos alimentícios com sabores intensos, todos os outros alimentos fiquem saborosos.
Apesar de tudo que escrevi, o queijo é uma preparação muito importante na cultura brasileira e podemos encontrar muitos tipos diferentes por região.
Então, se você chegou até aqui e não quer deixar de comer queijo, tente procurar aqueles produzidos de forma artesanal, ou de pequenos produtores. Só te deixo um pedido: pare de consumir mussarela, queijo prato, cheddar e todos os outros que tenham a cor fluorescente.
Para aqueles que quiserem experimentar novas possibilidades, essa receita que trago hoje é uma carta na manga, para a família inteira e não deixar nada a desejar em relação ao tradicional pão de queijo.
PÃO DE BEIJO
Ingredientes:
200g de polvilho azedo;
300g de polvilho doce;
1 colher (chá) de sal marinho;
1 colher (sopa) de orégano, alecrim ou manjericão;
Cúrcuma em pó (opcional);
150 ml de azeite de oliva extra-virgem;
500g de raiz/tubérculo (inhame, aipim batata doce, batata baroa - cozido e passado no espremedor/liquidificador ou amassado);
⅓ de xícara (chá) de água.
Modo de preparo:
Misture o polvilho azedo, o polvilho doce, o sal, o orégano, a cúrcuma e o azeite em uma tigela grande.
Acrescente o creme de raiz e, aos poucos, vá adicionando a água (se necessário). Misture até ficar homogênea. Molde os pães do tamanho e formato que desejar.
Preaqueça o forno por 10 minutos a 180ºC.
Coloque os pães em uma assadeira não untada e asse por 20 a 25 minutos, dependendo do forno. Se necessário, após esses 20 minutos, aumente a temperatura do forno (por volta dos 200ºC) e deixe por cerca de 15 minutos, para dourar um pouco a massa
Rendimento médio: 40 porções.
Edição: Mariana Pitasse