Pandemia

A vacina vem aí!

Imunizantes contra covid-19 se desenvolveram em tempo recorde. E isso não tem nada a ver com menos qualidade

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Rapidez se deve ao volume de dinheiro investido, ao número de pessoas e entidades envolvidas e ao enorme interesse pelo fim da pandemia - Marcelo Casal Jr/Agência Brasil

Já falei aqui sobre a importância das vacinas para a humanidade. Elas representam um dos maiores avanços científicos até hoje desenvolvidos. São extremamente seguras e já preservaram incontáveis vidas. Não resta dúvida que devemos nos vacinar e aos nossos familiares.

Também já disse que apenas um elemento pode nos livrar da pandemia e devolver certa normalidade sanitária ao mundo: o sistema imunológico humano. Enquanto nossos organismos não estiverem preparados para combater o coronavírus, o risco seguirá.

E o que uma vacina faz é exatamente isso. Induz uma resposta imune a partir de uma falsa infecção. Ou seja, as vacinas contra a covid-19 poderão encurtar muito a nossa guerra contra o vírus.

E o assunto do momento são elas. Todos os dias ouvimos sobre quais países já iniciaram seus programas e como está isso no Brasil. A vacinação de toda a população deve se tornar uma das principais demandas populares no próximo ano. É um direito de todos e um dever do Estado garanti-la.

As cerca de 250 vacinas contra a covid-19 sendo desenvolvidas no mundo hoje se dividem em 4 tipos básicos. O efeito é o mesmo: nossas células reconhecem um material como invasor, desenvolvem formas para eliminá-lo e guardam uma memória disso. Se uma infecção real ocorrer após a vacinação o organismo já estará pronto para reagir.

O que muda entre cada tipo de vacina é o que é usado como estímulo: o próprio coronavírus inativado ou atenuado; outro vírus inofensivo que contém o material genético dele; proteínas presentes na estrutura do coronavírus; ou apenas parte do seu material genético (RNA).

As vacinas contra a covid-19 se desenvolveram em tempo recorde. O que antes durava anos foi feito em meses. E isso em nada tem a ver com menor qualidade. As vacinas já utilizadas são seguras e bastante eficazes. É isso que os testes nos mostraram até o momento.

Essa rapidez se deve ao volume de dinheiro investido, ao número de pessoas e entidades envolvidas e ao enorme interesse pelo fim da pandemia. Mas, sobretudo, pelo preparo anterior que a ciência já havia feito. Já prevíamos que algum vírus respiratório poderia causar uma pandemia. Assim, foi possível desenvolver mecanismos que aceleraram as coisas quando ele realmente chegou.

Enfim há uma luz no fim do túnel. Espera-se que ao longo de 2021 todos aqueles que pertencem a grupos de risco recebam a vacina. E nos anos seguintes, que ela chegue a toda a população. Até lá, máscara, distanciamento e higiene pessoal devem seguir como regra.

Um abraço e até a próxima!

Renan Santos é professor de biologia da rede estadual de Minas Gerais.

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Edição: Elis Almeida