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Sinais seguem ruins para a economia da América Latina - 2

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A previsão para este ano na América Latina é de crise na economia e lutas sociais
A previsão para este ano na América Latina é de crise na economia e lutas sociais - Gibran Mendes
O Produto Interno Bruto (PIB) das economias do subcontinente baixou do 2º para o 3º trimestre

O estudo “Balanço Preliminar das economias da América Latina e Caribe”, realizado pela divisão de desenvolvimento econômico da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal - uma das cinco comissões regionais da América Latina), já apresentava prognósticos ruins para as economias de 18 países da América Latina no começo de 2020, a partir da constatação do início da crise em 2019. A continuidade do estudo segue prevendo um 2021 com turbulências, baixo crescimento nas economias do continente, aumento do desemprego e alta do preço dos alimentos.

Isso tudo deve seguir insuflando um ano também de lutas sociais intensas, como falamos em artigo anterior.

Com a crise da pandemia de Covid-19, esse novo estudo da entidade confirma a sequência do aumento do endividamento público dos países, com menor liquidez nos respectivos mercados, contração das importações e, sobretudo, das exportações das economias dependentes. Observa-se também um movimento vertiginoso de queda do consumo privado e público notado desde o ano de 2014 na maioria dos países.

O Produto Interno Bruto (PIB) de todas as economias do subcontinente baixou do segundo para o terceiro trimestre de 2020. Pelo seu vínculo com a economia estadunidense, México e América Central são particularmente afetados.

Destaque também para países como Argentina sobretudo, e Equador, que tiveram grande aumento no 'risco-país', índice aliviado por volta de setembro. Sabe-se que a Argentina, em particular, sofre pressão forte dos organismos internacionais para que a política econômica do país se adapte à submissão exigido por esses órgãos.

No entanto, como já era esperado, a atividade dos bancos, não diminui no período em países como Brasil, México e Chile. A crise é, como sempre, jogada para os mais pobres, trabalhadores e para os ramos nacionais das economias.

Alta dos alimentos e do desemprego

O estudo também aponta, entre vários tópicos, dois problemas enfrentados pela população e trabalhadores latino-americanos: a alta dos preços dos alimentos e a acentuada queda no volume de empregos, sobretudo no terceiro trimestre de 2020.

Afirma o documento da Cepal: “É importante destacar que Brasil, Chile, Guatemala e México são os países onde a inflação dos alimentos apresenta o maior aumento entre dezembro de 2019 e setembro de 2020, com aumentos que ultrapassam 2 pontos percentuais. No Haiti e na Venezuela (República Bolivariana), também houve aumentos na inflação de alimentos neste período”.


 

 

Edição: Lucas Botelho