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disputa

Quem tem medo dos sindicatos nos EUA?

Grandes empresas fazem campanha de terror para conter a união trabalhista. A Amazon é o caso mais recente.

18.fev.2021 às 12h52
Los Angeles (EUA)
Eloá Orazem

Só 10,8% da população economicamente ativa dos EUA é sindicalizada - Reprodução

Todos contra um: a Amazon tem mais de 500 mil funcionários e uma parte deles começa a se organizar "contra" Jeff Bezos, fundador e agora ex-CEO da gigante, dono de uma fortuna estimada em quase US$ 193 bilhões.

Os trabalhadores de um dos galpões da Amazon, na cidade de Bessemer, no Alabama, estão prestes a votar pela sindicalização do setor, mas a companhia colocou em prática uma verdadeira campanha de terror para sufocar a investida social.

Segundo relatos colhidos pelo jornal The Washington Post, que é propriedade de Bezos, a empresa colocou cartazes no banheiro com mensagens como "para onde vão as suas taxas?", criando uma dúvida quanto ao destino de parte do salário dos empregados, caso optem pela organização laboral.

Um dos funcionários, em condição de anonimato, declarou que está se sentindo ameaçado com tantas mensagens e vigilância por parte da Amazon, que quer fiscalizar aqueles que se posicionam favoravelmente à sindicalização.

Para o presidente do Sindicato do Varejo, Atacado e Lojas de Departamento, Stuart Appelbaum, a reação e resistência da Amazon "não faz o menor sentido". Em entrevista ao Brasil de Fato, o representante explica: "Se Jeff Bezos desse a cada um de seus funcionários um bônus de 105 mil dólares, ele ainda seria mais rico do que era no começo da pandemia. O que isso me diz é que Bezos e a Amazon claramente poderiam fazer mais por seus funcionários, mas escolheram não fazer". 

Leia mais: Mercado Livre, Alibaba e Amazon: a quem interessa a privatização dos Correios?

Appelbaum defende a união dos trabalhadores de maneira organizada para que todo e qualquer funcionário, de qualquer empresa, possa trabalhar em um ambiente seguro e receber uma remuneração justa pelo serviço.

"O contrato social deveria ser que, se uma pessoa for trabalhar, como a sociedade quer, ela deveria ser capaz de sustentar a si e a sua família como resultado. E em muitos casos isso não está acontecendo, e é por isso que sindicatos são tão necessários para apenas garantir que as pessoas tenham aquilo que elas merecem e que sejam capazes de sobreviver e prover a suas famílias", afirma.

Atualmente, apenas 10,8% da população economicamente ativa nos Estados Unidos é sindicalizada. A parcela dos trabalhadores que pertenciam a uma alguma organização trabalhista em 1983 era mais do que o dobro da atual e, em 1950, 35% da mão de obra era sindicalizada.

Diversos fatores explicam o declínio desse movimento em solo estadunidense, mas para o professor de História Nelson Lichtenstein, autor do livro "State of The Union" e diretor do Centro de Estudo do Trabalho, Mão de Obra e Democracia, a grande virada aconteceu sob a gestão de Ronald Reagan, que comandou o país entre 1981 e 1989.

"Em 1981, Reagan acabou com a greve dos controladores de tráfego aéreo, que eram muito qualificados e conservadores. Isso enviou uma mensagem de 'carta branca' a políticos e executivos, que entenderam que poderiam fazer o que quisessem", diz. 
O docente destaca ainda a globalização e o enfraquecimento de sindicatos e de outros movimentos trabalhistas em países como a China como causas para a situação atual. 

Para melhor entender o estado das relações sindicais nos EUA, é preciso fazer uma recapitulação histórica: "Por muito tempo os sindicatos foram aliados de posturas conservadoras. Inclusive, no golpe de 1964, no Brasil, o movimento trabalhista americano estava envolvido com a CIA para apoiar o que aconteceu. Sindicatos também já levantaram bandeiras anticomunistas, contra igualdade de gênero e etc", e finaliza, "hoje essas organizações, nos Estados Unidos, são mais associadas à esquerda, se alinhando ao que a gente percebe em países latino-americanos, por exemplo". 

A "correção" histórica da postura política dos sindicatos estadunidenses deve florescer sobretudo sob a gestão de Joe Biden. Tanto Appelbaum quanto Lichtenstein garantem que a vitória do democrata se deu, principalmente, por conta do empenho da classe trabalhadora. "Biden é nosso aliado há muito tempo, e eu não me recordo de nenhum outro presidente que tenha falado tanto sobre essa temática quanto ele", conta Appelbaum. 

O desafio da nova administração da Casa Branca é superar acusações e mitos centenários, que visam descredibilizar organizações trabalhistas. 
Acusações de corrupção e enrijecimento burocrático são algumas das mentiras que o governo e os especialistas têm de lidar há anos. "Nós temos dados para provar que ambientes sindicalizados são mais seguros, estáveis e financeiramente equilibrados", diz Appelbaum, rebatendo parte dos argumentos.

Leia também: Hora de tirar o poder do mercado sobre a vida

Para o professor Lichtenstein, porém, virar esse jogo é uma tarefa difícil, que inclui quebrar o círculo vicioso do enfraquecimento dos sindicatos. "Movimentos trabalhistas vulneráveis são mais rejeitados por todos, tanto por funcionários, quanto por empregadores", garante.

"Do ponto de vista do empresário, ele não vai defender a sindicalização se nenhum de seus concorrentes abraça a causa, porque isso lhe traria desvantagem competitiva. Já a classe trabalhadora deixa de apoiar um sindicato que, fragilizado, não consegue defender seus interesses, mesmo cobrando pela representação". 

Ainda para o docente, uma possível saída para essa crise é a pressão pública. "Assim como muitas companhias são ostracizadas por violar pactos de igualdade de gênero, de raça e de orientação sexual, as empresas também deveriam ser cobradas publicamente por fazer frente ao movimento sindical. Pode até ser ilegal o que as companhias fazem, mas elas não são envergonhadas ou boicotadas por isso". 

De fato, o valor de mercado da Amazon subiu 4% só neste ano, e atingiu a marca de US$ 1,6 trilhão. A companhia de Jeff Bezos teve, em 2020, performance recorde, com receita de US$ 386 bilhões – um aumento de 38% em relação ao ano anterior. O lucro da gigante foi de US$ 21,3 bilhões, contra US$ 11,5 bilhões registrados em 2019.

Editado por: Raquel Setz
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