Rio Grande do Sul

COVID-19

Eduardo Leite sinaliza flexibilização das medidas de combate à pandemia

Governador gaúcho fala em retorno da cogestão devido à falta de “fôlego econômico” e redução da demanda hospitalar 

Brasil de Fato | Porto Alegre |
No pior momento da pandemia, governador acena com de medidas de flexibilização - Reprodução

Tendo como justificativa a limitação do “fôlego econômico” da população gaúcha e um sinal de “redução na demanda por leitos hospitalares”, o governador Eduardo Leite (PSDB) indicou que as medidas de restrição de circulação mais severas atualmente em vigor no Rio Grande do Sul podem ser flexibilizadas. O governo estuda o retorno da cogestão regional a partir do dia 22 de março, caso os indicadores confirmem, ao longo desta semana, a redução efetiva do contágio e da demanda hospitalar.

A cogestão regional do Distanciamento Controlado foi suspensa no dia 27 de fevereiro, devido à velocidade de propagação da pandemia e esgotamento do sistema hospitalar. Nesse sistema, as diferentes regiões do estado podiam adotar protocolos próprios mais brandos do que os determinados pelos decretos estaduais para a bandeira em que se encontram. Desde que não sejam menos restritos que os protocolos da bandeira anterior (por exemplo, regiões em bandeira preta poderiam adotar protocolos de bandeira vermelha). 

O anúncio da possibilidade da volta da cogestão foi feito em um vídeo publicado pelo governo na tarde desta quarta-feira (17). Nele, Eduardo Leite destaca que, depois de ter atingido um aumento de, em média, 350 leitos a mais por dia em fevereiro, o número retrocedeu para cerca de 16 leitos a mais por dia. Além disso, a taxa de transmissão verificada em meados de fevereiro estava em torno de 2,35 e, agora, gira em torno de 1,4. 

O governador atribui a queda nos indicadores a um reflexo das duas semanas e meia de restrições mais severas adotadas pelo estado para frear o contágio e a disseminação do vírus. “Se confirmarmos esse movimento, poderemos avaliar a retomada da cogestão, mantendo medidas extraordinárias de restrição, como a suspensão geral de atividades entre 20h e 5h aos finais de semana e intensa fiscalização contra aglomerações”, destacou.

Apesar dos indicadores apontados pelo governador, o estado segue ainda, desde o início de março, com superlotação dos leitos de UTI. Na tarde desta quinta-feira, a taxa de ocupação dos leitos em todo o estado marcava 109,3%, sendo 99,7% nos leitos SUS e 134% nos leitos privados.

“Parte das pessoas que ainda estão internadas infelizmente não resistirá, então, veremos um crescimento no número de óbitos nas próximas semanas, mas os dados da demanda de internações já demonstram a redução da circulação do vírus”, explicou Leite.

Bandeira preta segue

O governador adiantou também que a previsão é de que o estado siga em bandeira preta pelas próximas semanas. “A bandeira preta serve para alertar a população a respeito desse risco altíssimo que ainda vemos na nossa capacidade hospitalar. Ou seja, quem se contaminar neste momento ainda vai encontrar um sistema hospitalar bastante comprometido”, ressaltou.

Segundo ele, a bandeira anterior, neste caso, a bandeira vermelha, é um limite de onde não podem passar no relaxamento de restrições, mas a cogestão não significa que estão obrigados a automaticamente adotar protocolos de bandeira vermelha. “Os municípios podem adotar regras mais rígidas, e podem continuar com bandeira preta, se assim desejarem”, explicou.

O retorno da cogestão regional ainda será debatido em reunião do Gabinete de Crise, prevista para quinta-feira (18), e em reunião com a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) e com representantes de associações regionais, que deve ocorrer na tarde de sexta-feira (19).


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Edição: Katia Marko