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Boletim latino-americano O Sul do Mundo, número 42

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Arauz, por sua vez, enviou mensagem à militância e à população, reconheceu o resultado, e afirmou que a derrota da esquerda equatoriana foi eleitoral, mas não política. - Reprodução/Facebook
A economia do Equador é dolarizada, dependente. Entre 2000 a 2005, três presidentes foram derrubados

Equador: neoliberalismo se afirma (Com Opera Mundi e Brasil de Fato)

Cerca de 10 milhões de equatorianos foram às urnas no segundo turno das eleições presidenciais, na disputa entre o banqueiro Guilherme Lasso (Criando Oportunidades) e o jovem economista Andrés Arauz, Com mais de 97% das atas apuradas, Lasso aparece com 52,5% dos votos válidos, contra 47,5% para Arauz (União pela Esperança).

Analistas políticos avaliam que a vitória de Lasso consolida a volta do país a um programa neoliberal implementado com força no início dos anos 2000, buscando apagar o que resta de políticas sociais implementadas por Rafael Correa.

A economia do Equador é dolarizada e dependente. Entre os anos 2000 a 2005, três presidentes foram derrubados pelas mobilizações populares, o que possibilitou, em 2007, a chegada de Correa ao governo, com um programa de desenvolvimento, geração de renda e crítica ao capital financeiro.

Durante o governo de Correa, houve uma taxa de crescimento média anual de 3,4% do PIB.

Correia, porém, passou a ser perseguido no chamado Lawfare que atingiu outros presidentes latino-americanos. Seu sucessor, Lenin Moreno, traiu o programa que o havia eleito, retirou direitos da população, não renovou o asilo do ativista Julian Assange na embaixada equatoriana em Londres, e não tem tem dado respostas convincentes contra o impacto da pandemia naquele país.

Analistas também apontam que o voto nulo convocado pelo Movimiento Pachakutik, representação partidária de parte do movimento indígena, custará caro ao povo equatoriano.

Arauz, por sua vez, enviou mensagem à militância e à população, reconheceu o resultado, e afirmou que a derrota da esquerda equatoriana foi eleitoral, mas não política.

 

Peru Livre (com Opera Mundi)

No mesmo domingo, 11, cerca de 20 milhões de peruanos votaram no primeiro turno das eleições presidenciais do país. Os números indicam a realização de um segundo turno que acontecerá no dia 6 de junho.

Até o momento, 69% das urnas apuradas indicam segundo turno entre o professor e sindicalista Pedro Castillo contra a extrema direita representada por Keyko Fujimori, filha do ex-presidente neoliberal, que perseguiu movimentos populares nos anos 90, Alberto Fujimori.

Desde 2020, um dos principais países na relação número de mortes por covid/número de habitantes, o Peru vive forte crise social, com protestos de rua e a queda de dois presidentes.

O partido Peru Livre, de Castillo, é uma sigla que se define como "marxista-leninista-mariateguista". Defende uma reforma "total" em relação à política fiscal e tributária peruana e propõe a "nacionalização dos recursos estratégicos" do país.

Verónika Mendoza, candidata progressista disputando em nome do Juntos pelo Peru, segue na sexta posição com 7,93% dos votos.

Uma pesquisa de boca de urna realizada pela Ipsos Peru revelou que o próximo Congresso peruano para o período 2021-2026 será composto por 11 partidos políticos.

 

Piñera se desgasta ainda mais no Chile

Aprovação do presidente Sebastián Piñera cai 6 pontos no Chile e chega a 14%, o menor nível desde dezembro de 2020. Ao longo de 2019 e 2020, o país viveu fortes protestos da juventude e trabalhadores nas ruas, contra a queda nas condições de vida, o que tem reduzido a popularidade presidencial.

Após muita violência por parte de governo e 'carabineros', a polícia chilena, e tenacidade por parte de manifestantes, foi conquistada a Convenção Constitucional, para alterar a constituição. Sua aprovação foi em outubro de 2020 e o início adiado para maio de 2021.

 

Argentina e México aprofundam eixo comum (com Prensa Latina)

Argentina e México realizam hoje (12) o terceiro fórum de reflexão sobre o acordo estratégico de associação, com o objetivo de reativar os mecanismos bilaterais para 2021.

Edição: Lucas Botelho