Sustentabilidade

Programa Bem Viver apresenta as vantagens da criação animal em sistema agroecológico

Técnicas ajudam no controle biológico dos rebanhos, no desenvolvimento de espécies vegetais e na redução de custos

Ouça o áudio:

Reginaldo é um agricultor experimentador que cria ovinos e caprinos crioulos - Arquivo pessoal
Pensar a criação agroecológica significa pensar no ambiente que o produtor está e nas possibilidades

Praticar a criação agroecológica de animais em pequenas propriedades é uma alternativa eficiente para garantir mais saúde para os rebanhos e até para fortalecer a produção de espécies vegetais. Isso porque nesta técnica, os animais consomem o que nasce ao redor da horta e isso ajuda no controle biológico das criações, no desenvolvimento das plantas e na redução de custos, já que não é necessário adquirir rações industrializadas ou carrapaticidas.

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Essa prática foi um dos destaques do programa Bem Viver dessa segunda-feira (26). “Pensar a criação agroecológica significa pensar no ambiente que o produtor está e nas possibilidades que ele oferece em relação ao clima, à vegetação e ao espaço disponível para criação. É preciso levar em conta como os animais podem se integrar às outras atividades produtivas do ambiente”, diz a veterinária Marilene Melo, mestra em agroecologia.

Vale lembrar que, ao contrário da pecuária convencional, na agroecologia os animais não comem rações industrializadas, com agrotóxicos, que fazem mal tanto para as criações como para o meio ambiente.

O agricultor Reginaldo Lima cria caprinos e ovinos por meio de técnicas agroecológicas na área rural do município de Caraúbas, no interior da Paraíba, e aprova o modelo.

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“A vantagem é a redução do custo, porque a própria vegetação da caatinga vai produzir os alimentos para os animais. A caatinga é riquíssima em plantas com alto teor de proteína, como a maniçoba, a catingueira, a malva branca e a malva de carrasco. Uma vegetação diversificada faz com que criação tenha boa qualidade, os cabritos nasçam sem problemas de saúde e cresça bem”, explica.

Além dos benefícios para o meio ambiente, a produção agroecológica também fortalece e incentiva melhores relações de trabalho no campo, já que se organiza em sistemas de produção menos hierárquicos e com uma divisão mais igualitária da produção.

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Sem kit para intubação

A edição do Bem Viver também destacou que cada vez mais, médicos e profissionais da saúde têm precisado improvisar estratégias e para conseguir atender os pacientes com Covid-19, devido à falta de medicamentos, em especial do chamado kit intubação.

Ao menos 22 das 27 unidades da federação estão com falta ou baixo estoque de bloqueador neuromuscular, necessário para intubação de pacientes. Sem a medicação correta, os pacientes podem sentir dor e ficar agitados, o que dificulta o tratamento e aumenta o risco de morte.

“Os pacientes já têm um problema grave de via aérea muito e a falta dessas medicações acaba causando uma piora do quadro”, relata a médica emergentista Tainá Vaz, que atua na linha de frente no combate a pandemia e integra a Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares. “Os profissionais estão tendo que criar alternativas, que infelizmente não são as adequadas, usando medicações com potencial de sedação muito mais baixo e com muitos efeitos colaterais. O paciente não vai receber o tratamento adequado e isso terá um reflexo grave na sua evolução.”

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Se dentro dos hospitais a situação é crítica, fora deles a população segue enfrentando dificuldades para se prevenir do contágio e para garantir seu sustento, principalmente com o atraso e a redução do valor do auxílio emergencial, que começará a ser pago em maio e ficará entre R$ 175 e R$ 350.

Para tentar encontrar saídas para a crise, um grupo de voluntários em Pernambuco criou o projeto Mães Solidária, que amparam crianças que perderam o pai ou a mãe pela Covid-19.

O trabalho nasceu com três mulheres que perceberam o rápido aumento no número de crianças senso cuidados por avós ou tios. Hoje já são mais de 350 pessoas atuando na iniciativa, que ajuda os novos cuidadores a pagar as contas do mês e preparar refeições.

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Produção da Rádio Brasil de Fato vai ao ar de segunda a sexta-feira / Brasil de Fato / Bem Viver

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Edição: Daniel Lamir