Articulação social

Plataforma que reúne indígenas para enfrentar Covid-19 é tema do Programa Bem Viver

Até ontem (4), foram confirmados 53.239 casos de contaminação entre os povos indígenas, em 163 etnias

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Diante de omissão do governo, indígenas criam próprios mecanismos de prevenção à Covid-19 - Bruno Kelly - Reuters
A doença está na cidade, não na aldeia, então é importante reduzir o fluxo de indígenas nas cidades

A plataforma online Pari-C reúne mais de 80 pesquisadores indígenas para compartilhar iniciativas adotadas pelas comunidades para conter a disseminação do novo coronavirus em seus territórios. A iniciativa é financiada pelo Conselho Médico de Pesquisa e Inovação do Reino Unido e conecta indígenas à Universidade de Londres e às brasileiras Universidade de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Universidade do Sul da Bahia e Universidade de São Paulo.

:: Pari-c: Projeto analisa impactos e respostas à Covid-19 nas comunidades indígenas::

“Não há um plano emergencial da Funai [Fundação Nacional do Índio], nem de outros órgãos do governo. Tem grupo de lideranças que faz denúncias ao Ministério Público, mas isso demora muito. Então a melhor coisa que estamos fazendo é nos prevenir. A doença está na cidade, não na aldeia, então é importante reduzir o fluxo de indígenas nas cidades”, contou a integrante do projeto, Sheila Apinajé, em entrevista ao Programa Bem Viver desta quarta-feira (5).

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Até ontem (4), foram confirmados oficialmente 53.239 casos de contaminação entre indígenas. Ao todo, 163 etnias registraram casos da doença. A quantidade de óbitos chegou a 1.060, de acordo com dados são da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).

“Nós criamos um grupo de guardiões, que são pessoas escolhidas para ficar nas barreiras sanitárias nas entradas das aldeias. Antigamente eles eram recrutados como policiais, para ficar em defesa da população, como estão fazendo hoje”, disse Sheila.

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CPI do meio ambiente

O pedido de instalação de uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar informações sobre crimes ambientais cometidos pelo governo do presidente Jair Bolsonaro foi protocolado na Câmara Federal. O foco será investigar a gestão do ministro Ricardo Salles a frente do Ministério do Meio Ambiente.

:: Oposição se articula para obter 171 assinaturas para criação de CPI do Meio Ambiente ::

Para que a CPI seja aprovada é preciso reunir ao menos 171 assinaturas, por isso partidos da oposição aguardam apoio das legendas do chamado "Centrão". “Ou damos uma guinada da radical na nossa política ambiental, identificando as condutas criminosas até aqui praticadas, para que elas não voltem a acontecer e os responsáveis sejam punidos, ou vamos sentir o impacto desse desastre por décadas”, disse o líder da oposição na Câmara Federal, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ).

Vale lembrar que, neste momento, o governo federal está sendo alvo da CPI da Covid-19 no Senado Federal. Isso por causa da atuação da gestão Bolsonaro diante da pandemia.

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Nas alturas

A educadora física Aretha Duarte, que mora na periferia de Campinas (SP), está vivendo uma aventura de tirar o fôlego: ela está muito perto de se tornar a primeira mulher negra e brasileira a escalar os 8.848 metros do Monte Everest, ponto mais alto do planeta, localizado entre o Nepal e o Tibete.

Essa aventura tem um objetivo claro: chamar a atenção para a necessidade de investir em políticas pública de esporte nas periferias do Brasil. Um dos objetivos de Aretha é incentivar a implantação de centros de treinamento de escalada nas periferias, pra democratizar e popularizar o esporte.

 


Produção da Rádio Brasil de Fato vai ao ar de segunda a sexta-feira / Brasil de Fato / Bem Viver

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Edição: Morillo Carvalho