Paraná

Pandemia

Prefeitos desistem do retorno às aulas presenciais no Paraná

Pressão de professores e da comunidade escolar fez com que pelo menos 50 prefeituras adiassem retorno

Curitiba (PR) |
Cerca de 200 escolas estaduais em 15 municípios retornaram presencialmente nesta semana - Divulgação/APP-Sindicato

Mesmo com piora dos índices de contaminação e mortes pela Covid-19, o governo Ratinho Júnior (PSD) autorizou nesta semana o retorno de aulas presenciais no Paraná. Aproximadamente 200 escolas estaduais em 15 municípios paranaenses voltaram a receber estudantes a partir da segunda (24).

O retorno às aulas acontece na semana em que o Paraná aparece como o estado com o maior número de pessoas na lista de espera por leitos hospitalares e o maior índice de transmissão de todo o Brasil.

A APP-Sindicato, que representa professores e funcionários de escolas, criticou a decisão pela volta às aulas presenciais e tem dialogado com prefeitos e vereadores. Já são 50 prefeituras que publicaram decretos não autorizando a reabertura das escolas.

“Ao longo desta semana divulgamos o estudo atualizado realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas do Amazonas em vários municípios, chamando a atenção dos prefeitos e dos núcleos de educação sobre a importância da suspensão das aulas presenciais”, afirma o secretário de Assuntos Municipais da APP-Sindicato, professor Celso Santos. “Estamos num momento em que a prioridade é garantir a segurança e a vida dos educadores, dos estudantes e dos familiares”, reforça o professor.

Em nota ao Brasil de Fato Paraná, o governo do estado disse que “as instituições foram autorizadas ao retorno após análise de critérios do governo estadual. Entre os critérios estão a vontade do diretor retornar atestando segurança na instituição e a dificuldade de acesso à internet por parte dos alunos."

Fiscalização

Diante do quadro grave da pandemia de Covid-19 no Paraná e a ameaça do governador Ratinho Júnior de retorno das atividades presenciais, a APP-Sindicato iniciou uma campanha de verificação das escolas. O sindicato reafirma que é necessário que os profissionais da educação e a comunidade escolar chequem as condições de biossegurança das unidades e lutem pela garantia da vida e saúde de todos. O sindicato enfatiza, ainda, a necessidade da vacinação dos profissionais da educação e estudantes.

Edição: Frédi Vasconcelos e Lia Bianchini