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Programa Bem Viver: Movimento LGBT reivindica política de emprego para comunidade em 2022

Brasil é um dos países mais violentos para LGBTQIA+. Só em 2021, 200 pessoas da comunidade foram assassinadas

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Pandemia aumentou desemprego e desigualdade entre população LGBT - Foto: Prefeitura de Fortaleza
Acreditamos que pauta LGBT será usada em campanhas eleitorais para nos atacar

Frente aos retrocessos políticos e sociais vivenciados no Brasil no último ano, o movimento LGBTQIA+ reivindica a implantação urgente de políticas de geração de emprego, renda e de promoção de direitos para membros da comunidade e outras minorias. É fundamental também implantar ações de combate a violência e a desigualdade social.

“Nós vivenciamos um grande aumento do desemprego na comunidade LGBTQIA+. Muitos estão na informalidade e muitas das pessoas trans ainda seguem na prostituição”, disse a integrante da Articulação Nacional LGBTI, Rafaelly Wiest, em conversa com o programa Central do Brasil, repercutida na edição de hoje (23) do Bem Viver. “Houve também um aumento da violência e da desigualdade, que segue um desafio constante para as minorais.”

Vale destacar que o Brasil é um dos países mais violentos para a população LGBTQIA+. Só em 2021, pelo menos 200 pessoas foram assassinadas por serem LGBT, segundo o Observatório de Mortes violentas de LGBTQIA+ Brasil.

Diversas formas de violência sustentam essa situação: agressões físicas, ofensas a dignidade e até comentários cotidianos, que tomam ar de brincadeiras, mas que são bastante agressivos. Além de atingirem diretamente a vítima eles também alimentam o imaginário da lgbtfobia no país.

Rafaelly reforça a necessidade de a comunidade LGBTQIA+ estar mobilizada em 2022, para evitar retrocessos durante o período eleitoral. “Acreditamos que pauta LGBT será usada em campanhas para nos atacar”, disse. “Mais uma vez a gente é colocado como moeda de troca.”

Valorização do trabalho

O Bem Viver reforça a importância de reconhecer e valorizar todo tipo de trabalho, incluindo aqueles que costumam ser desvalorizados no dia a dia, como as costureiras e as quebradeiras de coco babaçu, destaques na edição de hoje do programa.

As experiências coletivas de costureiras, por exemplo, precisam ser reconhecidas e seus direitos trabalhistas assegurados. Uma iniciativa no interior de Pernambuco vem dando espaço para atender a estas demandas das profissionais nos polos têxteis do estado.

Já a atividade das quebradeiras de coco é também uma forma de resgatar e manter vivos os saberes e valores dos povos tradicionais. Além disso, elas têm papel fundamental na preservação do meio ambiente, como conta a quebradeira de coco Eunice da Conceição, que vive em Imperatriz (MA) e afirma que ela precisa enfrentar grandes empresas da região para garantir a preservação dos babaçuais.

Natal dos catadores

Outra categoria profissional invisibilizada são os catadores de materiais recicláveis, alguns dos principais responsáveis por encaminhar o lixo para o destino correto, ajudando a preservar o meio, com ambiente e a tornar as grandes cidades mais limpas e sustentáveis.

Ontem, o Brasil de Fato acompanhou o tradicional “Natal dos Catadores”, realizado em São Paulo, com participação do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, que deixou de estar presente no evento apenas três vezes em 21 anos.

“Continuo sonhando, acreditando que é possível construir outro Brasil. É possível dar emprego para todo mundo, melhorar o salário mínimo, todo mundo entrar na universidade. É a razão pela qual precisamos retomar o país”, disse Lula. “Democracia não é gritar que está com fome, é ter o direito de comer três vezes ao dia. Queremos comer não porque alguém está dando comida, mas porque estamos trabalhando e ganhando um salário dignamente.”

Natal sem fome

A campanha nacional “Natal sem Fome”, organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Tera (MST) segue firme e ganhando características próprias em cada estado. No Paraná, por exemplo, o projeto “marmitas da terra” se soma às ações que ocorrem pelo país.

Nesta quinta-feira (23), a iniciativa paranaense vai concluir suas atividades, entregando duas mil marmitas na Praça Tiradentes, no centro de Curitiba, e em outras cidades da região metropolitana.

Ainda é possível contribuir com a campanha, doando qualquer valor por pix com a chave [email protected].


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A programação também fica disponível na Rádio Brasil de Fato, das 11h às 12h, de segunda a sexta-feira. O programa Bem Viver também está nas plataformas: Spotify, Google Podcasts, Itunes, Pocket Casts e Deezer.

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Edição: Sarah Fernandes