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BOLETIM 45. Sul do Mundo. Após uma década de resistência em Honduras, esquerda chega ao governo

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Mobilização popular em Honduras permitiu chegada de Xiomara ao governo
Mobilização popular em Honduras permitiu chegada de Xiomara ao governo - Giorgio Trucchi/LINyM
O golpe contra o governo de Zelaya em 2009 foi o marco de um período violento na América Latina

12 anos depois de resistência nas ruas, esquerda volta ao governo em Honduras

Dia histórico para Honduras, depois de doze anos do golpe militar que derrubou o governo progressista de Manuel Zelaya, abrindo um período de enfrentamento popular e violência estatal e civil no país, a esquerda chega ao governo de Honduras.

Em um país, até 2009, dividido entre o Partido Liberal e o Nacional, Zelaya causou incômodo porque, em plena crise mundial, tomou medidas populares básicas, relativas a aposentadoria, salários e ingressou na Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba).

O golpe contra seu governo de alguma maneira foi o marco de um período violento na América Latina, que ainda veria golpes no Paraguai (2012), Brasil (2016) e Bolívia (2019), além de tentativas e pressões, sobretudo contra o governo da Venezuela.

Xiomara Castro é a primeira presidenta do país. Define-se como “feminista, antipatriarcal, revolucionaria e inclusiva”. Nesta semana, ela apresentou seu futuro gabinete, prevendo um período de enfrentamento ao neoliberalismo em Honduras e na região.

Venezuela: oposição não alcança assinaturas para referendo revogatório

O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) declarou improcedente o pedido de início do referendo revogatório do mandato do presidente Nicolás Maduro. De acordo com o CNE, foram coletadas apenas 42.241 assinaturas apoiando a abertura do processo, o que representa menos de 1% do eleitorado, quando o mínimo requerido era 20%, equivalente a 4,2 milhões de assinaturas. O país possui cerca de 21 milhões de eleitores. 

A consulta foi realizada no dia 26 com 1.200 mesas eleitorais instaladas em todo o país numa jornada de 12 horas. Para assinar, cada eleitor deveria registrar sua biometria, confirmando estar inscrito no registro eleitoral. (Michele de Melo – Brasil de Fato)

Comunidade peruana sangra óleo

Acidente e derramamento de petróleo, em operação da transnacional espanhola Repsol, no dia 15 de janeiro, em tese causado pelo tremor vulcânico na região de Toga, impactou a cidade peruana de Ventanilla, região central do país, despertando a atenção do governo de Pedro Castillo e impactando pescadores e comunidade local.

O Peru é um país já marcado pela exploração mineral feita pelas empresas transnacionais. De acordo com o programa de governo do partido Peru Libre, estimavam o lucro sobre mineração em torno de 70 a 80%, ficando apenas o restante para o Estado peruano.

FMI segue pressionando o governo argentino
 

O Fundo Monetário Internacional (FMI) segue historicamente pressionando nosso país vizinho, desde os anos 2000.

Nesta semana, foi tema de pauta e ameaça velada do “mercado” o pagamento de 44 bilhões de dólares de dívida tomada pelo ex-presidente neoliberal Mauricio Macri, dos quais o atual governo se comprometeria ao primeiro vencimento no valor de 731 milhões de dólares. Diante de uma das principais questões para seu governo, o presidente Alberto Fernandes anunciou no final da semana que a firma, de acordo com ele, não envolveria o compromisso de reforma trabalhista e nem toca no direito dos aposentados, além de retomada de investimentos.

Edição: Lia Bianchini