Rio Grande do Sul

INFLAÇÃO

Cesta básica fica 5,51% mais cara em Porto Alegre no mês de março

Pesquisa do Dieese aponta que custo do conjunto de bens alimentícios subiu nas 17 capitais que compõem a análise

Brasil de Fato | Porto Alegre |
A inflação da cesta básica na capital gaúcha acumula alta de 17,79% nos últimos 12 meses - Tânia Rego/Agência Brasil

O valor da cesta básica em Porto Alegre registrou um aumento de 5,51% no mês de março, quando comparado aos valores de fevereiro, alcançando o custo de R$ 734,28. É o que aponta a Pesquisa Nacional realizada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que revela ainda que todas as 17 capitais que fazem parte da pesquisa registraram alta no custo do conjunto de bens alimentícios.

Segundo a pesquisa, a inflação da cesta básica na capital gaúcha acumula alta de 17,79% nos últimos 12 meses. Neste período, dos 13 produtos que compõem a pesquisa, 10 itens tiveram aumento de preços, sendo as maiores altas verificadas no tomate (80,86%), no café (64,69%) e no açúcar (49,50%). O arroz (-18,70%), a banana (-4,80%) e o feijão (-2,09%) ficaram mais baratos.

Do início do ano até o final de março, a cesta acumula alta de 7,52%. Dos 13 produtos, 12 registraram alta: a batata (30,64%), a banana (19,44%), no café (12,14%) o leite (11,58%), o óleo de soja (9,36%), a farinha de trigo (9,36%) o tomate (8,69%) o pão (7,11%), a carne (4,35%), o feijão (3,55%) o arroz (2,81%) e o açúcar (1,12%).

No mês de março, os 13 produtos pesquisados ficaram mais caros: o tomate (23,50%), o leite (9,84%), a banana (6,60%), o pão (6,13%), a batata (5,75%), o óleo de soja (5,30%), a farinha de trigo (5,30%), o arroz (5,28%), a carne (2,34%), o café (2,16%), a manteiga (1,58%), o feijão (1,07%) e o açúcar (0,89%).


Fonte: Dieese

Aumento em todas as capitais

As 17 capitais que compõem a pesquisa do Dieese tiveram aumento no preço da cesta básica. As altas mais expressivas ocorreram no Rio de Janeiro (7,65%), em Curitiba (7,46%), São Paulo (6,36%) e Campo Grande (5,51%). A menor variação foi registrada em Salvador (1,46%).

São Paulo foi a capital onde a cesta apresentou o maior custo (R$ 761,19) em março, seguida pelo Rio de Janeiro (R$ 750,71), por Florianópolis (R$ 745,47) e Porto Alegre (R$ 734,28). Nas cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente das demais capitais, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 524,99), Salvador (R$ 560,39) e Recife (R$ 561,57).

A comparação do valor da cesta em 12 meses, ou seja, entre março de 2022 e março de 2021, mostrou que todas as capitais tiveram alta de preços, com variações que oscilaram entre 11,99%, em Aracaju, a 29,44%, em Campo Grande.


Fonte: Dieese

Salário deveria ser 5,28 vezes maior

O Dieese estima que o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 6.394,76, ou 5,28 vezes o mínimo de R$ 1.212,00. A estimativa baseia-se na cesta mais cara, que, em março, foi a de São Paulo, e leva em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

No mês passado, o valor necessário era de R$ 6.012,18, ou 4,96 vezes o piso mínimo. Já em março de 2021, o valor do mínimo necessário deveria ter sido de R$ 5.315,74, ou 4,83 vezes o mínimo vigente na época, de R$ 1.100,00

Ainda segundo a pesquisa, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 119 horas e 11 minutos, maior do que o registrado em fevereiro, de 114 horas e 11 minutos. Em março de 2021, a jornada necessária foi calculada em 109 horas e 18 minutos.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em março de 2022, 58,57% do rendimento para adquirir os produtos da cesta. O percentual ficou acima do de fevereiro, quando foi de 56,11%. Já em março de 2021, quando o salário mínimo era de R$ 1.100,00, o percentual ficou em 53,71%


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Edição: Marcelo Ferreira