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Crônica | Foguete não dá marcha à ré

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"Só que ele não iria deixar o seu propósito de mudança de vida" - Foto: Divulgação
Agora seus corres eram de “mil grau”. A vida não estava fácil

Ele era o “bichão” na quebrada. Assim é chamado quem é temido por todos. Ele impunha respeito até nos “bota”. Não tinha medo de ninguém. O cara metia o “loko” mesmo. Não estava nem aí.

Um dia, do nada, ele cismou de meter um “loko” num lugar muito grã-fino. Sabia que a missão era daquela que arrepiava só de pensar. Mas ele não tinha medo de nada. O lugar tinha segurança até dentro dos banheiros, mermão. O fim da fita foi quase um ano de internação. Só na UTI, ficou quase sete meses. Ele prometeu para a mãe que sairia outro homem. Ele cumpria a promessa.

Agora seus corres eram de “mil grau”. A vida não estava fácil. O que ganhava hoje não chegava nem aos pés do que ganhava fazendo os contra-ataques. Só que ele não iria deixar o seu propósito de mudança de vida.

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Estávamos todos na esquina trocando umas ideias e chegou um mano muito gozador, que queria tirar uma com a cara dele. O papo começou assim:

- E, aí, super-homem, tudo em cima?

- Colê, irmão? Tá me tirando?

- Se liga, mano! Claro que não. Tô sabendo que você tá correndo na boa. Largou os contra-ataques.

- Faz tempo, né? Agora sou outro homem. Tô na responsa.

- Sei como é a fita.

- Vai ficar embaçando aí?

- Oxe, mermão! Tá no veneno?

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Nesse momento, todo mundo começa a rir. Ele fica na pilha. Ele vai saindo meio “puto” e fala:

- Foguete não dá marcha à ré.

Rubinho Giaquinto é covereador da Coletiva em Belo Horizonte.

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Este é um artigo de opinião e a visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal

Edição: Larissa Costa