AÇÃO SOCIAL

Vozes Populares | ACESA une leitura e esportes para promover transformação social no Recife

Instituição existe há 11 anos e, durante a pandemia, também fez doação alimentos para famílias da comunidade

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Aulas de futsal e vôlei para crianças, adolescente e adultos são alguns dos serviços oferecidos pela instituição. - ACESA
Nós conseguimos sempre um apoio de voluntários, então a parte material mesmo é a mais complicada

A partir da compreensão do poder da leitura e do esporte para desenvolver um trabalho social e educacional, um grupo de amigos se juntou para fundar a Associação Cultural Esportiva Social Amigos (ACESA) em 2011 no Recife. No Alto José Bonifácio a ONG atua contribuindo para a transformação das condições de vida e das relações sociais na comunidade.

Fábio Silva é presidente da organização e conta  como surgiu a iniciativa. “A ACESA surgiu em 1994, no período da Copa, quando a gente criou um time de futsal para competições entre os bairros. Em 2004, com o passar do tempo, vimos que poderíamos fazer mais coisas, aí surgiu a biblioteca comunitária. Só em 2011 conseguimos tirar o CNPJ e aí com o objetivo mesmo de dar acesso tanto ao esporte quanto à cultura para desenvolver as pessoas através das ferramentas educacionais, culturais e esportivas”, conta. 


Atividades desenvolvidas na biblioteca comunitária gerida pela organização. / ACESA

Entre as ações desenvolvidas, a ACESA mantém uma biblioteca comunitária, onde as pessoas podem ter acesso aos livros, além de encontros com escritores e oficinas de escrita criativa. Já são mais de mil cadastros. Existe também o Papo de Mulher, momento para o empoderamento feminino na comunidade. Na área esportiva, a organização oferece aulas de futsal e vôlei para pessoas de 9 anos de idade até 40 anos. Também são realizados passeios culturais para teatros, cinemas e museus como forma de dar acesso à cultura para todos os grupos. 

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Com o começo da pandemia, a organização viu a necessidade de oferecer outros auxílios para a população, como explica Fábio Silva. “Atuamos também na ação social, quando a gente consegue apoiar as famílias nesse momento difícil na pandemia. Nós já conseguimos 1400 cestas, que já foram distribuídas, 800 cartões-alimentação no valor de R$450,00; conseguimos 600 vales-gás, e aí a gente consegue atender a comunidade, tanto dos usuários que participam das atividades quanto outras famílias que não participam por morarem um pouco mais distante”, explica o presidente da ONG. 

Conseguir um espaço próprio para a sede é um dos desafios atuais. Pelo fato do espaço ser alugado, não é possível fazer as alterações estruturais necessárias para oferecer melhor os serviços. Além disso, com as fortes chuvas que atingiram a capital pernambucana no último mês, surgiram alguns vazamentos no local. Além da parte financeira, o pouco incentivo governamental para a cultura é outro entrave.

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“Nós conseguimos sempre um apoio de voluntários, as pessoas estão sempre dispostas a contribuir com um pouco do seu tempo, com seu conhecimento. Então a parte mais material mesmo é mais complicado. Hoje nós passamos também na cultura essa falta de acesso, de incentivo, e de apoio mesmo financeiro”, explica Fábio.

Ele compartilha que a ACESA precisa de voluntários, principalmente na área de educação, para auxiliar na alfabetização de pessoas idosas. Mas qualquer pessoa que tenha um tempo e algum conhecimento para compartilhar, será bem-vinda. Para acessar os serviços prestados, as pessoas podem fazer o cadastro na sede da ONG. Você pode conhecer um pouco mais do trabalho da ACESA através do Instagram @acesaong

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Edição: Vanessa Gonzaga