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No Programa Bem Viver, liderança indígena questiona tom superficial do ambientalismo

Val Munduruku, que protagoniza a série O Som do Rio, defende a ampliação do olhar para os povos da floresta

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Maria Gadú e Val Munduruku protagonizam série sobre o Baixo Tapajós - Reprodução/O Som do Rio

O Som do Rio, série documental em lançamento, protagonizada pela liderança indígena Val Munduruku e a artista Maria Gadú, traz depoimentos e especificidades que fogem do olhar comum sobre a preservação da Floresta Amazônica. 

Dividida em quatro episódios, a produção tem o objetivo de mostrar que "quando se tem território é muito grande a chance de nossa cultura continuar viva”, explica a liderança Val Munduruku, nascida em Jacareacanga (PA), mas que atua politicamente em Alter do Chão (PA).

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Em entrevista ao programa Bem Viver, da Rádio Brasil de Fato, a ativista indígena traz à tona um questionamento sobre as pautas centrais do debate ambiental. Segundo ela, é preciso olhar, também, para os povos que vivem sob o verde da floresta, que recorrentemente ficam à margem dessa discussão.

"A gente vê muito debate sobre o desmatamento, mas acho mais importante falar das pessoas dessa floresta. Como as pessoas estão sendo impactadas", ressalta Val Munduruku, que esteve presente nas duas últimas edições da Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas (COP).

Ela pontua que, na série, os povos, sua cultura e o território onde vivem são os protagonistas. “Ao invés de falar do verde de cima, a gente falou das pessoas que estão embaixo.”

Presente nos principais debates de mudanças climáticas do mundo, Val Munduruku relata que é visível o aumento da participação indígena nestes espaços.

Porém, ela pondera que ainda é necessário ampliar o poder de decisão. Espaços de fala temos, mas estamos fora da hora da decisão. Isso está longe. Nós cobramos que autoridades levem em consideração nossa voz nestes momentos”, conclui a liderança indígena.
 

O Som do Rio

Lançado em junho deste ano com um episódio inédito ainda, O Som do Rio mostra uma expedição conduzida por Maria Gadú e Val Munduruku por comunidades tradicionais da Amazônia, com a participação especial de personalidades como a médica Thelma Assis e o cantor Lenine. A direção é de Carol Quintanilha e a produção é da Maria Farinha Filmes. Participam também pelo ator Vítor diCastro e o youtuber Felipe Castanhari 

A jornada revela, entre outras coisas, como as comunidades tradicionais da floresta são capazes de gerar renda própria respeitando todos os processos e tempos da natureza. A série traz exemplos de atividade extrativista sustentável na região do Baixo Tapajós.

A produção atravessa temas como identidade, conexão, biodiversidade e ativismo. “Tudo isso se relaciona com território”, acrescenta Val Munduruku.

Encontro de milhões

“Um dos maiores sonhos da minha vida era conhecer ela”. A ativista socioambiental e liderança indígena Val Munduruku mais do que dobrou a meta. 
Além de ter conhecido sua maior referência na adolescência, a cantora e compositora Maria Gadú, ela protagonizou, com a artista, a série documental O Som do Rio.

A ativista indígena conta que recebeu o convite para participar do documentário após um show de Maria Gadú em São Paulo (SP), quando estava voltando da COP 26.

“Eu tinha recém voltado de Glasgow [cidade que sediou a COP 26] e fiquei sabendo que ela ia fazer um show em São Paulo. Eu mudei meu voo pra Alter do Chão pra poder ir na apresentação. Consegui encontrar a Maria [Gadú] antes e depois e ela lançou a proposta. Claramente disse sim sem pensar”, relata.

Val Munduruku ressalta que  sua luta e a de Maria Gadú se cruzam. "Lutamos por identidade, somos do movimento em defesa do clima, mulheres e LGBTQIA +."
 
“Ela faz parte de um processo muito importante da minha vida de aceitação como mulher lésbica. Ouvindo ela que entendi que tudo isso não tinha nada de errado, de uma mulher gostar de outra mulher. Eu sempre tinha a voz dela como calmaria”, conta Val Munduruku.

Logo na abertura da série O Som do Rio, Maria Gadú conta sobre a relação dela com os povos indígenas. "No momento que eu nasci. Entendendo que meu pai optou por me dar um nome indígena para respeitar nossa história. Ele vem de uma família indígena da Bacia do Rio Negro. Uma história que foi apagada, como tantas outras”, relata a cantora e compositora. 
 


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Edição: Geisa Marques