O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan) não autorizou a retomada das obras da futura estação Praça 14 Bis, da linha-6 laranja, do metrô de São Paulo. O motivo é que um parecer técnico, divulgado no último dia 9, revela o surgimento de novas peças que podem ser da comunidade negra do Quilombo do Saracura, no bairro do Bexiga.
Em fevereiro, a obra já havia sido interrompida porque foram encontradas outras 300 peças que datam do século 19 ao início do século 20. O Coletivo Saracura Vai-Vai pressiona o Iphan por uma avaliação do solo na área.
No final de março, o parecer técnico que analisa o "Programa de Arqueologia Preventiva da Linha 6,-Laranja, do Metrô de São Paulo –Salvamento Emergencial na área do Sítio Saracura/14 Bis— Estação 14 Bis" identificou uma nova leva de material arqueológico, próximo à rua Cardeal Leme.
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Entre o material encontrado, estão fragmentos de objetos cerâmicos, louça, vidro e couro. A análise também associa que o material pode ter relação direta com atividades de religiões de matriz africana.
A estação do metrô está sendo construída onde funcionou a escola de samba Vai-vai, tradicional em São Paulo e campeã por diversas vezes do carnaval paulista. Até o momento, ela não tem uma nova sede.
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A empresa espanhola Acciona é responsável pelas obras da linha-6 laranja, numa parceria público-privada com o governo do estado.
Em nota ao jornal Folha de S. Paulo, ela afirmou que tem mantido diálogo com o governo para criar projetos de preservação junto com a comunidade e que os objetos poderão fazer parte do Centro de Arqueologia de São Paulo.
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Gisele Brito, da Uneafro, faz fala na frente de mapas que evidenciam a presença da população negra no centro de SP / Pedro Stropasolas
