O avanço do negacionismo e a supressão de orçamentos marcaram a situação de desafios para o desenvolvimento deste setor nos últimos anos. Com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2023, os diálogos entre governo e sociedade foram retomados. Mas os desafios continuam, quais são as perspectivas para a pesquisa, ciência e tecnologia neste ano de 2024?
Marco Gatti, coordenador da Associação de Pós-graduandos (ANPG) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), traz o panorama da área na edição do programa de rádio Bem Viver desta terça-feira (2).
“Ficou nítido que nesses últimos anos o apagão que houve ciência tanto em corte de verbas, quanto a perseguição nas universidades, principalmente, públicas e o que era feito de pesquisa nesses lugares. Então, em questão geral, o clima já muda, nos primeiros 100 dias de governo já teve o aumento de bolsas, que foi significativo, a gente ainda entende que tem que ser maior para sustentar uma família com uma bolsa, mas já tivemos alguns avanços que foram importantes”, afirma o especialista.
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Gatti pontua que depois da falta de recurso para pagar até mesmo a conta de luz em algumas universidades públicas e de o país enfrentar uma pandemia em um “governo negacionista”, como definiu, o clima é de “esperança” e que ficou evidente a importância da pesquisa, da saúde, do investimento na educação no Brasil.
“O que temos de perspectiva é de melhorar e ter mais diálogo. Hoje a própria ANPG quanto outras fundações conseguem ter diálogo a nível nacional diretamente com as agências de fomento. Tanto a CAPES quanto a CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) conseguem ter mais investimento e tem muito o que ampliar ainda”.
O retorno do crescimento econômico do país e a superação ao Teto de Gastos, implementado pelo governo de Michel Temer e que limitava o orçamento a educação e saúde no âmbito nacional, também tem relação direta com a melhora na perspectiva de crescimento de investimentos na educação. Mas para Gatti é preciso não perder de vista a pressão para maiores garantias de recursos para a área.
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"2024 é um momento de pressionar ainda mais o governo para disputar essa verba, esse orçamento e essa forma como a política tem sido desenhada para que possa ser melhor ainda. Hoje, não tem porta fechada com o governo, mas não deixa de ser importante a gente lutar. Porque a sociedade está em disputa, o governo também tem disputa. Nós temos que fazer movimento de rua também e criar perspectivas de ampliar esses avanços”, ressalta ele.
O conteúdo completo da entrevista pode ser acessado no áudio que acompanha esta reportagem.
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Edição: Marina Duarte de Souza
