Na manhã desta segunda-feira (20), o Movimento Passe Livre Grande Recife promove uma panfletagem na Estação Recife (que integra trens e ônibus), seguida de entrevista coletiva para a imprensa, também no local. O objetivo é convocar a população para unir forças contra os aumentos nas tarifas de transporte público na Região Metropolitana. Desde o dia 5 de janeiro a tarifa de ônibus sofreu um aumento de 20 centavos (4,9%), com o Anel A passando a custar R$4,30. A tarifa dos trens da RMR, controlados pela empresa pública CBTU, custam hoje R$4,25.
Na convocatória à sociedade, o Passe Livre Recife deve anunciar um protesto de rua a ser realizado na tarde da próxima quinta-feira (23), às 15h, no Cais de Santa Rita, área central do Recife. Em nota assinada por 23 entidades que compõem o Movimento Passe Livre, são apontadas oito medidas cobradas das prefeituras e do Governo de Pernambuco em relação ao transporte na RMR.
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Entre as reivindicações estão a implementação da tarifa zero, algo que já funciona em mais de 140 cidades brasileiras; pedem também transparência nas contas do transporte público, para que a sociedade saiba quanto é repassado às empresas; e o cumprimento da Lei Municipal do Recife que previa, até 2024, que 100% dos ônibus tivessem ar-condicionado.
Lista de reivindicações do Movimento Passe Livre Recife:
– Transporte público com tarifa zero;
– Transparência e abertura das contas do transporte público para fiscalização e controle social;
– Ampliação na frota;
– Segurança nos ônibus, estrutura e iluminação nas paradas de ônibus;
– Cumprimento da Lei Municipal 18.578/2019, do Recife, que obriga a substituição gradual da frota (25% por ano), de modo que até 2024 a capital pernambucana tivesse 100% dos ônibus com ar-condicionado;
– Fim da dupla função de motoristas, com retorno dos cobradores;
– Conselho de transportes com participação social, sem controle empresarial;
– E contra a privatização da CBTU, empresa pública federal gestora dos trens do Recife;
Assinam a nota entidades estudantis como a União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), a União dos Estudantes de Pernambuco (UEP) e também a União dos Estudantes Secundaristas (Uespe), além da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas (Umes). Também subscrevem movimentos de juventude como a UJS, a UJC e o Coletivo Fogo no Pavio.
As medidas também são cobradas por partidos políticos como Psol, UP, PCB, PCBR, PSTU e POR; movimentos sociais como o MLB e o MLC; por organizações feministas, a exemplo do Fórum de Mulheres de Pernambuco, do Coletivo Olga Benário e das Feministas Antirracistas Socialistas (FAS); além da central sindical CSP Conlutas.
Aumento da passagem
O aumento do valor das tarifas de ônibus da Região Metropolitana do Recife foi aprovado pelo Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM) no apagar das luzes de 2024. O CSTM tem metade das suas cadeiras ocupadas por nomes indicados pela governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), enquanto a outra metade é formada por nomes indicados pelas empresas do consórcio e pelas prefeituras do Recife, de Olinda e Camaragibe, que integram o consórcio.
Além do aumento no Anel A, utilizado por 99% dos usuários do sistema de transporte no Recife, subiram também as tarifas das outras categorias. O Anel G também subiu 20 centavos (7,4%), saindo de R$2,70 para R$2,90. As linhas opcionais tiveram aumentos ainda maiores: a Aeroporto subiu 35 centavos (6,8%), saindo de R$5,15 para R$5,50; e as opcionais Curado, Piedade, Candeias e Gaibu subiram 60 centavos (7,8%), saindo de R$7,70 para R$8,30.
Além do que arrecada com as tarifas pagas pelo usuário, o Consórcio Grande Recife tem recebido, por ano, R$310 milhões em verbas públicas, repassadas pelo Governo de Pernambuco. Mesmo com o aumento da passagem, há uma expectativa por parte das empresas que a governadora Raquel Lyra aumente os repasses diretos para o Consórcio.
