O adolescente brasileiro Salah Al-Din Yasser Hamad, de 17 anos, está preso desde o dia 18 de novembro na prisão israelense de Ofer, a oeste de Ramallah, na Cisjordânia ocupada, onde seu primo Walid Ahmad, também de 17 anos, morreu após desnutrição prolongada, disse a Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) nesta quarta-feira (8).
Preso sem julgamento, Salah enfrenta 21 acusações, entre elas as de ter fabricado armas caseiras, coquetéis molotov, de jogar pedras em soldados e planejar ataques ao exército e aos chamados “colonos”. Solto alguns dias após a morte de Walid, um colega de cela de Salah relatou à mãe do adolescente brasileiro, Nadia Yasser Hamad, sobre a tristeza do garoto ao saber da morte do primo.
Com base nesse relato, o advogado da família conseguir autorização para Nadia visitar seu filho na quarta-feira (09), informou a Fepal em seu site.
“Salah é um brasileiro e menor de idade, além de ser inocente. O governo brasileiro precisa pressionar para que ele não seja maltratado e não sofra o mesmo destino que Walid”, suplica sua mãe, Nadia, à Fepal.
“Eu disse ao comandante que não havia razão nenhuma para o meu filho ser preso, pois não havia nenhuma perturbação por parte da população local há dois anos. Os meninos não participavam de nenhuma manifestação, não atiravam pedras em ninguém. Sabiam que a repressão havia aumentado e qualquer coisa seria usada como desculpa para prendê-los”, disse ao site da Fepal seu pai, Yasser Salah Hamad.
A última vez que o adolescente recebeu visita da família foi em 24 de fevereiro, quando seu pai o visitou na prisão. “Eu não o reconheci. Foi Salah quem veio ao meu encontro, porque eu não conseguia identificá-lo. Ele nunca teve barba, pois é muito novo, mas estava com uma barba enorme e muito magro, desnutrido.”
