O presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu pela primeira vez a participação das tropas norte-coreanas junto ao exército russo na guerra da Ucrânia. O líder agradeceu as unidades do Exército Popular Coreano e ao líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, pela participação das tropas norte-coreanas na operação militar em Kursk, onde a Ucrânia executou uma incursão em agosto do ano passado.
Em uma declaração publicada no site do Kremlin nesta segunda-feira (28), Putin disse que as tropas norte-coreanas participaram ativamente da “derrota de um grupo de militantes ucranianos que invadiram a região de Kursk”.
No último sábado (26), Moscou anunciou a total libertação da região de Kursk e a expulsão das tropas ucranianas do território russo. O chefe do Estado-Maior General Valery Gerasimov declarou a conclusão da operação para libertar a região de Kursk das forças ucranianas após a retomada do último assentamento que havia presença militar ucraniana.
Ao comentar a participação das tropas norte-coreanas nas operações militares russas, o presidente russo destacou que os militares da Coreia do Norte agiram “em total conformidade com o direito internacional, de acordo com a letra e o espírito do Tratado de Parceria Estratégica Abrangente entre a Federação Russa e a Coreia do Norte”.
Em novembro de 2024, a Coreia do Norte e a Rússia ratificaram um acordo de parceria estratégica abrangente que prevê uma “assistência mútua em caso de agressão contra uma das partes do tratado”.
“Os amigos coreanos agiram com base em um senso de solidariedade, justiça e camaradagem genuína. Valorizamos muito isso e somos sinceramente gratos pessoalmente ao Presidente de Assuntos de Estado, Kim Jong-un, a toda a liderança e ao povo da República Popular Democrática da Coreia”, disse Putin.
‘Missão sagrada’, diz Kim Jong-un
As autoridades norte-coreanas também confirmaram o envolvimento de suas tropas na guerra da Ucrânia ao lado da Rússia. De acordo com um comunicado divulgado pela agência de notícias estatal norte-coreana KCNA, o envio de tropas para a Rússia foi realizado sob ordens de Kim Jong-un, como parte do tratado de defesa mútua entre Moscou e Pyongyang.
Foi relatado que as tropas norte-coreanas participaram da operação para libertar a região de Kursk, que “foi concluída vitoriosamente”. A reportagem da KCNA enfatizou que foi Kim Jong-un quem “tomou a decisão de enviar tropas para a Rússia e notificou as autoridades russas sobre isso”.
A publicação ressalta ainda que Kim Jong-un classificou os soldados enviados à Rússia como “heróis” que estavam realizando uma “missão sagrada”.
