Após um fim de semana marcado pela escalada das tensões no Oriente Médio, incluindo o surpreendente bombardeio dos Estados Unidos contra o Irã, o governo de Cuba voltou a manifestar seu firme repúdio aos recentes ataques realizados por Washington.
Minutos depois da confirmação do bombardeio a três instalações nucleares no Irã, o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, expressou pelas redes sociais sua condenação à agressão, afirmando que ela “viola gravemente a Carta da ONU e o Direito Internacional”, e alertou que essa ação “arrasta a humanidade para uma crise de consequências irreversíveis”.
Em comunicado oficial divulgado no domingo (22), o Ministério das Relações Exteriores de Cuba declarou que “a ameaça de agressão direta dos EUA contra a República Islâmica do Irã, incentivada pelo governo genocida de Israel, concretizou-se com os covardes bombardeios às instalações nucleares de Fordow, Natanz e Isfahan”.
Classificando a ação da Casa Branca como “irresponsável”, o governo cubano denunciou que, com esse ataque, os Estados Unidos “comprometem de forma temerária a busca pela paz regional e arrastam a humanidade para uma crise de consequências incalculáveis”.
O comunicado também lembrou que as instalações nucleares atacadas estão sob o regime de salvaguardas da Agência Internacional de Energia Atômica, o que torna o ataque uma violação do Tratado de Não Proliferação Nuclear por parte dos Estados Unidos.
Além disso, o governo cubano fez um apelo urgente à Assembleia Geral e ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para que “cumpram com sua responsabilidade primordial de manter a paz e a segurança internacionais” e “impeçam que a agressão continue”.
Uma grave ameaça global
Em meio à preocupante escalada militar iniciada no dia 13 de junho, quando Israel lançou bombardeios sobre território iraniano alegando tratar-se de um “ataque preventivo” diante de uma suposta ameaça nuclear “iminente” por parte do Irã, diversas organizações sociais e políticas cubanas se pronunciaram.
O Instituto Cubano de Amizade com os Povos, ao expressar sua solidariedade ao Irã, afirmou que “os Estados Unidos, com sua política de hegemonia e belicismo, demonstram total desprezo pela vida e pela segurança dos povos, ao mesmo tempo em que alimentam um ciclo de violência e retaliações com consequências imprevisíveis”.
Nesse sentido, o Partido Comunista de Cuba publicou nesta segunda-feira (23) um pronunciamento no qual reiterou “total solidariedade ao povo e ao governo da República Islâmica do Irã, que, como Estado soberano, tem direito à autodeterminação e ao desenvolvimento”.
Também fez um chamado “aos partidos, movimentos sociais e forças políticas de esquerda e progressistas para que se mobilizem e denunciem essas ações ilegais cometidas pelo governo fascista dos Estados Unidos, que minam os esforços por uma solução negociada para o conflito no Oriente Médio”.
Advertiu ainda que “os fatos são eloquentes e demonstram até onde o império ianque pode chegar para impor suas políticas expansionistas e de dominação, colocando em risco o futuro da humanidade”, e enfatizou que “é urgente nos unirmos para salvar nossos povos de uma conflagração nuclear”.
