Coluna

Para a FIFA, acabou o racismo no futebol

Imagem de perfil do Colunistaesd
Gianni Infantino, presidente da FIFA, branco e rico
Gianni Infantino, presidente da FIFA, branco e rico - Divulgação/FIFA
Cabe a pergunta. Em que mundo eles vivem?

A FIFA anunciou o fim da força-tarefa contra o racismo no futebol em todo o mundo. Para os dirigentes da entidade, a campanha encerrou seu ciclo e os objetivos da missão temporária foram cumpridos.

Neste caso, cabe a pergunta. Em que mundo eles vivem?

O fato de estarmos às vésperas de uma Copa do Mundo em um país como a Rússia, conhecido internacionalmente por casos absurdos e violentos de racismo, deveria tornar a campanha da FIFA – que por si só já faz muito pouco – permanente.

O racismo, tanto na vida como no futebol, é gritante em todo o planeta. Não existe a menor possibilidade de desmobilização da campanha diante da enormidade do problema.

Na temporada 2014/2015, foram registrados 92 episódios de racismo nos estádios de futebol na Rússia. Nove a mais que a soma das duas temporadas anteriores.

Ou seja, a questão do racismo não só está longe de uma solução como também só cresce. Por isso a pergunta do segundo parágrafo.

A resposta para este questionamento é simples.

Toda e qualquer iniciativa da FIFA é crivada por corrupção, enriquecimento ilícito de dirigentes, muita sujeira. Até mesmo campanhas positivas não escapam desse modus operandi.

No mais, quase todos os dirigentes do futebol no planeta, com exceção feita aos africanos, são brancos. Parte de uma elite econômica mundial que é profundamente racista.

Por isso o racismo é tão negligenciado pela FIFA.

A Copa vai escancarar ao mundo tudo aquilo que a FIFA parece querer esconder. O futebol e os povos do mundo todo são racistas.

Só não vê quem não quer.

Edição: ---