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IBGE inicia Pesquisa Nacional de Saúde em mais de 100 mil domicílios

Levantamento deve percorrer mais de 2 mil municípios para apresentar diagnóstico

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Cerca de 1200 entrevistadores do IBGE iniciaram coleta de dados no último dia 26 de agosto.
Cerca de 1200 entrevistadores do IBGE iniciaram coleta de dados no último dia 26 de agosto. - Foto: Divulgação
Levantamento deve percorrer mais de 2 mil municípios para apresentar diagnóstico

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) começou no final do mês de agosto a coleta de dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2019 (PNS).

Estão previstos 1.200 entrevistadores visitando mais de 108 mil domicílios do Brasil. Este é o segundo levantamento da PNS.

Raphael Mendonça Guimarães, professor pesquisador da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) explica a importância da iniciativa, realizada por primeira vez em 2013, em parceria com o Ministério da Saúde.

“Foi uma estratégia do Ministério da Saúde, inicialmente com parceria com o IBGE, para tentar fazer um grande diagnóstico situacional do Brasil. São 5.570 municípios e é muito difícil fazer um estudo adequado de um país desse tamanho”.

Com experiência na área de saúde pública, principalmente em demografia, epidemiologia, políticas públicas, desigualdade social e pobreza, Guimarães abordou na entrevista ao Repórter SUS, programa produzido em parceria com a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), que o levantamento contribui para obter informações para várias questões de saúde.

Nos anos de 1998, 2003 e 2008, o IBGE incluiu um suplemento de saúde na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad). Segundo o pesquisador, os suplementos da Pnad incluíam questões das mais gerais até pontos mais focais, “o caso do tabagismo em 2008”. No início de 2010, após negociação, foi definida a retomada de uma pesquisa nacional de saúde, a cada cinco anos.

Retrato da saúde no Brasil

A primeira, realizada em 2013, possibilitou uma variedade de dados para a elaboração de muitas pesquisas, trazendo “diagnósticos bastante valiosos” a várias áreas da saúde.

A coordenação da pesquisa foi transferida do Ministério da Saúde para o IBGE, passando ao orçamento do ministério do Planejamento. Portanto, qualquer corte no orçamento da pasta pode atingir a pesquisa, que já deveria ter sido realizada no ano passado, conforme a previsão quinquenal.

“A gente já tem atraso de um ano e também não sabemos como vai ser esse ganho para o futuro, se eles [governo] vão manter para 2023 e manter um intervalo menor até a próxima ou se daqui para a frente irão atrasando ou até aumentando o intervalo entre elas”.

Segundo ele, o levantamento indica um retrato da saúde nos municípios, portanto os moradores dos domicílios selecionados para participar do levantamento serão informados com antecedência por carta enviada pelo IBGE e poderão entrar em contato com o instituto para verificar a veracidade da pesquisa e a identidade do entrevistador.

“É muito importante que as pessoas acolham os pesquisadores em casa para poder dar essas informações. A vida real do país a gente só conhece entrando na casa das pessoas. Quando se consegue ter acesso às pessoas e obter informações delas com qualidade, a gente consegue fazer um diagnóstico muito mais apurado sobre o que é a realidade local”.

A coleta de dados vai até fevereiro de 2020 e os primeiros resultados devem ser divulgados em 2021. As informações prestadas pela população são sigilosas e só serão computadas para fins estatísticos.

Edição: Cecília Figueiredo