Eletrochoque

Jornal Brasil Atual Edição da Tarde | 19 de fevereiro de 2021

Escolha de governo Bolsonaro para comandar área de Saúde Mental é vista com preocupação por profissionais da categoria

Ouça o áudio:

Pazuello e Bolsonaro na cerimônia de posse do ministro da Saúde. - Marcelo Camargo/Agência Brasil

Nesta quinta-feira, o ministro da Saúde Eduardo Pazuello, assinou publicação no Diário Oficial da União sobre o novo cargo de Rafael Bernardon, que passa a coordenar a ala de Saúde Mental da Secretaria de Atenção Primária à Saúde.

Rafael Bernardon defende o tratamento com eletroterapia, um outro nome para eletrochoque. Moacyr Bertolini, membro da Frente Estadual Antimanicomial, considera a nomeação preocupante. Para Bertolini, a colocação do psiquiatra na função faz parte do projeto de desmonte da Rede de Atenção Psicossocial. 

Para o médico Roberto Tykanori, ex-coordenador da ala atualmente ocupada por Rafael Bernardon, o que chama a atenção é a demora para preencher a vaga do setor de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas. Para Tykanori, a demora no processo revela o descaso do governo federal com a saúde mental e com a saúde, de um modo geral.

A edição desta sexta-feira (19) do Jornal Brasil Atual Edição da Tarde, também traz reportagem sobre a morte o último homem do povo Juma, o indígena Amoim Aruká, que faleceu na quarta-feira (17), devido a complicações decorrentes da covid-19. 

Com mais de 90 anos, o ancião viu a comunidade ser massacrada nos últimos anos até chegar a apenas quatro pessoas. Para representantes de movimentos indígenas, a morte de Aruká evidencia o descaso do governo com a saúde dos povos tradicionais.

Aruká estava internado no Hospital de Campanha montado em Porto Velho, em Rondônia. Ele havia sido transferido do hospital regional de Humaitá, no Amazonas, para a capital rondoniense no dia 2 de fevereiro.

O ancião foi uma das figuras mais importantes na luta pela demarcação do território Juma, homologada apenas em 2004, além de manter as tradições e costumes típicos dessa comunidade entre os membros remanescentes. 

Aruká também viu seu povo ser massacrado no decorrer das últimas décadas. De 15 mil pessoas no início do século XX, o povo Juma foi reduzido para apenas cinco pessoas em 2002.

Em nota, a Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira) lamentou a morte do indígena e chamou a perda do último homem do povo Juma de "desoladora". 

No texto, a entidade afirma que "o governo brasileiro se mostrou criminosamente omisso e incompetente".

Confira todas as informações e o jornal completo no áudio acima. 

*Com informações de Larissa Bohrer e Danilo Reenlsober. 

------ 
O Jornal Brasil Atual Edição da Tarde é uma produção conjunta das rádios Brasil de Fato e Brasil Atual. O programa vai ao ar de segunda a sexta das 17h às 18h30, na frequência da Rádio Brasil Atual na Grande São Paulo (98.9 MHz) e pela Rádio Brasil de Fato (online). Também é possível ouvir pelos aplicativos das emissoras: Brasil de Fato e Rádio Brasil Atual.

Edição: Mauro Ramos