Saúde

Programa Bem Viver debate relação entre mineração e problemas respiratórios

Pesquisa aponta que alterações na paisagem causam maior adoecimento, em especial em jovens até 14 anos do sexo feminino

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Brumadinho, obra, mineração
Adoecimento respiratório e mental da população indica impactos ainda invisíveis da mineração - Midia Ninja
A gente vê tomadores de decisão discutindo temas ambientais como há 50 anos

Os municípios com mais alterações na paisagem ocasionadas pela mineração ou urbanização desordenada tendem a apresentar mais ocorrências de doenças respiratórias, em especial na população do sexo feminino de até 14 anos. O resultado é de uma pesquisa conduzida pelo biólogo Matteus Carvalho Ferreira, que analisou como as alterações na paisagem causadas pela urbanização e pela mineração afetam a saúde mental e respiratória de moradores de 22 municípios da região conhecida por Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais.

“Essa ocorrência de problemas respiratórios aponta que os impactos socioambientais de grandes empreendimentos ainda não são totalmente conhecidos. São indicativos de que existem impactos ocorrendo de forma invisível e a gente precisa ter estudos ambientais cada vez mais fortes e completos para tomar melhores decisões”, diz Ferreira, em entrevista a edição do Programa Bem Viver de hoje (25).

Os índices de problemas no trato respiratório e na saúde mental caem consideravelmente em municípios com verdes ou unidades de conservação bem cuidadas e com investimento público regular nesse setor.

“É preciso avançar para o século 20. A gente vê muitos tomadores de decisão discutindo temas ambientais como há 50 anos. Investir em meio ambiente já deixou de ser gasto. Hoje a gente sabe que é vantajoso economicamente, que cortar investimentos e focar só em extrações de curto prazo gera prejuízos a longo prazo”, diz o biólogo. “O Brasil tem tudo par ser protagonista no setor ambiental, não apenas na extração, mas aproveitando potencial biotecnológico da nossa biodiversidade.

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Cinema árabe e feminino

Até o próximo dia 27 junho ocorre a segunda edição da Mostra de Cinema Árabe Feminino, evento dedicado às produções cinematográficas realizadas por 31 mulheres de países como Palestina, Egito, Líbano e Sudão. Toda programação é aberta e está disponível online.

O festival tem curadoria de duas cineastas brasileiras e uma egípcia e conta com pelo menos 40 filmes, 27 deles inéditos, além de obras em diversos formatos e gêneros, como curtas, médias e longas-metragens, filmes experimentais, de ficção, documentários e produções performáticas. Estão previstos também debates e mesas redondas.

"Nosso critério inicial era selecionar filmes produzidos a partir dos anos 2000, dirigidos por mulheres árabes que moram ou não nos seus países de origem”, diz uma das curadoras do festival, Analu Bambirra. “O primeiro longa dirigido por uma mulher árabe foi lançado em 1994, 26 anos atrás apenas. Atualmente há um crescimento da participação feminina nessas produções, mas cada país tem sua particularidade”.

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A história que eu cultivo

A Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) reuniu histórias pessoais de agroecologia no concurso "A História que eu Cultivo", como forma de valorizar práticas sustentáveis de produção dos interiores do Brasil.  A organização recebeu vídeos de pequenos produtores mostrando suas estratégias e tradições no cultivo saudável de alimentos.

A partir dos vídeos foram selecionados cinco agricultores, um de cada região do país, para participar de um intercâmbio agroecológico promovido pela ANA. A ideia é compartilhar conhecimentos de práticas sustentáveis e inovadoras para agricultores e para o meio ambiente.

A selecionada da região Nordeste foi a agricultora Maria do Socorro Cavalcante, que mora há mais de 30 anos na região rural do município de Boqueirão (PB). Ela e marido têm uma criação de galinhas capoeira, também chamadas de galinhas caipiras ou crioulas, que são criadas livres e com alimentação orgânica.

Para conhecer a história de Maria do Socorro e outras iniciativa do projeto, acesse o site A História que eu Cultivo.

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Edição: Sarah Fernandes