meio ambiente

Programa Bem Viver celebra o Dia Nacional da Agroecologia

A agroecologia é uma forma de plantio em harmonia com o meio ambiente, sem qualquer agredir a natureza

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Agroecologia é alternativa eficiente no combate à fome - Créditos da foto: Reprodução
A agroecologia se apresenta no contexto de enfrentamento da fome como uma alternativa concreta

A edição de hoje (1) do Programa Bem Viver celebra o Dia Nacional da Agroecologia, comemorado em 3 de outubro. A prática é entendida como uma alternativa para produção de alimentos saudáveis que respeita a natureza, valoriza saberes tradicionais e garante produtos de qualidade, sem agrotóxicos e outros ativos químicos.

A agroecologia é uma forma de plantio que funciona em harmonia com o meio ambiente, sem qualquer prática que agrida a natureza. O conceito pode ser confundido com o de plantação orgânica, mas a agroecologia vai além: não se trata apenas de plantar sem agrotóxico, mas de cuidar de todo o sistema em que o plantio está inserido. Assim, não basta que a horta seja saudável, é necessário que todo o entorno esteja também.

E além desses aspectos vinculados com a terra, questões sociais também são pilares da agroecologia. É, necessariamente, uma prática que rompa com a lógica tradicional de trabalho em que o lucro tá acima da dignidade e do bem estar das pessoas.

“A agroecologia nos oportuniza a pensar, agir e transformar muitas realidades”, disse em entrevista a presidenta da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), Islandia Bezerra. “Levamos uma década para sair do mapa de fome e forma rápida voltamos, depois do golpe de 2016. A agroecologia se apresenta nesse contexto de enfrentamento da fome como algo concreto. Vai olhar para o problema um passo atrás: na produção de alimentos.”

Estudos técnicos mostram que plantar de forma agroecológica é mais produtivo que no sistema convencional, o que pode baratear os alimentos. Em algumas redes de mercado eles ainda podem ser encontrados por preços mais elevados, mas isso ocorre porque as produções agroecológicas não recebem incentivos públicos, ao contrário do que ocorre com o agronegócio.

Ainda assim, é possível encontrar alternativas para adquirir esses alimentos a preços populares.

Ana Primavesi

O Dia Nacional da Agroecologia é comemorado em 3 de outubro porque nesta data, em 1920, nascia Ana Maria Primavesi, uma revolucionária da agricultura brasileira. Ela foi responsável pelo avanço dos estudos do manejo ecológico do solo, com técnicas que abriram novos caminhos para a prática da agricultura em regiões tropicais e formaram bases para o desenvolvimento da agroecologia.

Ana foi, ainda, uma das pioneiras nas técnicas de preservação do solo e recuperação de áreas degradadas no país. A agrônoma tinha uma capacidade incrível de unir diferentes ciências como agronomia, hidrografia, climatologia e zootecnia.

Ana Primavesi morreu meses antes de completar 100 anos. Ela foi enterrada em São Paulo, em 5 de janeiro de 2020. Ao longo da vida, recebeu diversos prêmios. Em 2012, recebeu um título da Organização Internacional de Movimentos da Agricultura Orgânica. Possuí também diversos títulos de Doutora Honoris Causa em universidades brasileiras.

Impactos sociais da pandemia

Nesta semana, a ONU lançou uma carta enumerando 55 medidas urgentes para serem adotadas pelo governo brasileiro para recuperação da crise provocada pela pandemia, incluindo questões relacionadas a educação, saúde, acesso à internet, combate à fome e criação de uma renda básica universal.

Por conta dos retrocessos sociais, muitos ocorridos por inação do governo federal, ocorre amanhã (2) mais uma manifestação da campanha “Fora Bolsonaro”. Os atos de rua são mobilizados desde o final de maio, reunindo milhares de em diferentes estados do país.

Até agora, pelo menos 200 cidades, de norte a sul do Brasil, têm atos confirmados. Os manifestantes devem usar máscara o tempo todo e respeitar o distanciamento. Mesmo quem já está devidamente imunizado deve respeitar as medidas de prevenção do contágio.

Guimarães Rosa

Está no ar uma exposição virtual "Sertão Mundo" que investiga o sertão do escritor Guimarães Rosa, o cenário real e fictício das obras do autor. A Universidade Federal de Minas Gerais criou um ambiente virtual dedicado a reunir informações relevantes sobre a vida e a obra do escritor.

Guimarães Rosa é mineiro e trouxe suas experiências e os cenários naturais de onde viveu para seus textos. Um dos grandes reconhecimentos do autor é de escritos obras de caráter universal, a partir de uma realidade individual.


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Edição: Sarah Fernandes