Segurança alimentar

Unicamp recebe acervo de Ana Primavesi, pioneira da agroecologia. Entenda no Programa Bem Viver

Pela primeira vez que uma mulher terá um espaço próprio na instituição; obras serão disponibilizadas ao público

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A engenheira agrônoma Ana Maria Primavesi é responsável por avanços nos estudos sobre o manejo ecológico do solo
A engenheira agrônoma Ana Maria Primavesi é responsável por avanços nos estudos sobre o manejo ecológico do solo - Reprodução
Ela resgatou importância dos pequenos agricultores familiares, trazendo para as obras seus saberes

A Biblioteca de Obras Raras Fausto Castilho (Bora) da Unicamp recebeu o acervo da professora e engenheira agrônoma Ana Maria Primavesi, pioneira nos estudos sobre agroecologia no Brasil e no mundo. O material histórico, que ficará a disposição do público, inclui livros, artigos, cartas, vídeos e outras publicações.

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“São oitenta caixas com muitos materiais da professora. É honra para a Unicamp ter sido a instituição escolhida para receber esse material. Ana Primavesi foi uma pioneira e organizou a agroecologia no Brasil em uma época que não se falava nesses conceitos. Ela, inclusive, foi muito criticada pela sua forma de enxergar o mundo”, disse a professora de do curso de engenharia agrícola da Unicamp, Vanilde Esquerdo, em entrevista à edição de hoje (28) do Programa Bem Viver.

No momento, as obras estão sendo catalogadas e organizadas. A expectativa é que elas sejam disponibilizadas para o público a partir de março do ano que vem, em uma celebração concomitante ao Dia Internacional de Lutas das Mulheres. Esta é a primeira vez que uma mulher terá um espaço próprio na Biblioteca de Obras Raras, com seu nome.

“Os materiais estarão em um centro privilegiado de estudo, à disposição de professores, pesquisadores, estudantes e do público em geral”, disse a professora aposentada pela Unesp, Maristela Simões do Carmo, também em entrevista ao Bem Viver. “Ela resgatou importância dos pequenos agricultores familiares. Na obra dela participa também esse saber popular dos camponeses, que conhecem sua biodiversidade. Todo esse resgate está contido na obra dela. Quem pesquisa sobre agricultura vai passar pelo saber dos pequenos agricultores.”

Além de pioneira na agroecologia, a professora Ana Maria Primavesi revolucionou a visão sobre a agricultura ao considerar o solo enquanto um organismo vivo. “Nunca fiz nada sozinha”, falava a pesquisadora, que faleceu em 2020, aos 99 anos.

Racismo institucional

A Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) prepara uma denúncia contra o governo federal, apontando que a atual gestão do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) está praticando racismo institucional contra comunidades de Sergipe.

O centro dessa denúncia é o fim de uma concessão de crédito instituída em 2016 para quilombolas assentados. Ainda no governo da ex-presidenta Dilma Rousseff, foi assinada uma portaria do Incra garantindo benefícios para comunidades que conquistaram terras pela reforma agrária. No entanto, desde setembro do ano passado, a verba deixou de ser repassada para os quilombolas.

Segundo as comunidades, o Incra não recebe as lideranças quando vão reivindicar o benefício e afirmam que são destratados e não tem nenhuma demanda atendida. A reportagem do Brasil de Fato questionou o Incra, que afirmou fazer tudo dentro da lei. O Ministério Público Federal foi acionado e está cobrando o governo para retomar os pagamentos.

Violação de direitos humanos

Na última sessão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos foi apresentado um relatório elaborado pelo médico infectologista Flávio Valente, pesquisador da Articulação Nacional para o Monitoramento dos Direitos Humanos, acusando o governo brasileiro de não ter tomado medidas para combater a pandemia. Essa falta de coordenação teria feito o país apresentar uma taxa de mortalidade de quatro a cinco vezes maior que a média mundial.

O membro da Comissão de Direitos Humanos, Joel Hernandez, que é o relator para o Brasil no órgão, afirmou que a pandemia do novo coronavírus é a principal causa de violações de direitos humanos dos últimos anos.

Paulo Freire

Depois de 12 anos, é relançado o livro “Cenários da Libertação – Paulo Freire na Prisão, no Exílio e na Universidade”, de Clodomir Morais. A obra é mais um marco do centenário do patrono da educação e também uma homenagem ao autor, que faleceu em 2016, oito anos após o primeiro lançamento.

Paulo Freire e Clodomir Morais foram amigos próximos, militaram juntos contra a ditadura e chegaram a ser presos dividindo uma cela. O livro conta sobe as experiências que os dois tiveram nesta trajetória.


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Edição: Sarah Fernandes