dor coletiva

No Dia de Finados, Programa Bem Viver fala sobre formas de ressignificar o luto

Anistia Internacional lança campanha para cobrar políticas aos enlutados da pandemia a partir da escuta de familiares

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O luto tem diferentes formas de expressão em culturas distintas - assim como pessoas lidam de formas diferentes com uma perda - Pixabay
Conte histórias, lembre das coisas engraçadas que a pessoa que faleceu viveu. Isso ninguém nos tira

Hoje (2), Dia de Finados, data importante no calendário brasileiro, o Programa Bem Viver fala sobre o luto individual e coletivo, intensificado pelas mais de 600 mil vidas perdidas para o novo coronavírus no país. Em conversas sensíveis e emocionantes, a edição especial presta homenagens a quem perdeu pessoas queridas, seja para a pandemia, seja por outros motivos, e fala sobre formas de ressignificar o luto.

Para ajudar familiares e amigos que perderam entes para a covid-19, a Anistia Internacional lançou uma campanha de escuta chamada "Omissão não é política pública. Trata-se de uma ação para cobrar políticas de apoio aos enlutados da pandemia a partir da história e da trajetória de quem passou por perdas.

“Durante a pandemia temos vivido situações muito difíceis. Tivemos medo, desespero, incertezas… Fomos sendo testemunhas e vítimas desse processo”, disse a diretora de programas da Anistia Internacional, a Alexandra Montegomery. “Essas milhares de mortes passaram a ser apenas números, ocorreu uma desumanização. Os milhares de órfãos, viúvas e pais que perderam filhos tiveram que lidar com a dor de maneira muito brutal, sem enterro digno.”

O Programa Bem Viver convidou também líderes religiosos para falarem sobre as diferentes maneiras de encarar a morte e o luto. “A ideia desse ano para o Dia de Finados é a da união, da família. É o dia de refletir, de pensar no que é a vida, de avaliar o que passamos e de lembrar as tantas pessoas que perdemos. Precisamos celebrar a união entre nós que ficamos e celebrar as relações humanas. Conte histórias, lembre das coisas engraçadas que a pessoa que faleceu viveu. Isso ninguém nos tira”, disse o babalorixá Pai Lucas.

COP 26 e G20

O Bem Viver traz um balanço da participação do Brasil em dois grandes eventos internacionais: a Conferência Mundial do Clima (COP26), que acontece na Escócia e a reunião do G20, que ocorreu em Roma no último final de semana.

Mesmo com o fim do encontro dos líderes das maiores economias do mundo, a presença do presidente brasileiro continua sendo alvo de protestos. Ontem (1), na comuna de Anguillara Veneta, no norte da Itália, aproximadamente 200 pessoas participaram de um protesto contra a concessão do título de cidadão honorário, que foi aprovada pela Câmara Municipal para Bolsonaro. No protesto, seguranças do presidente agrediram jornalistas brasileiros.

Na semana passada, a sede da prefeitura de Anguillara Veneta foi pichada com a frase "Fora Bolsonaro". Os manifestantes também jogaram esterco de porco no local. O vereador de oposição Antonio Spada afirmou ontem que "o título é inoportuno porque as posições de Bolsonaro não espelham os valores da constituição italiana". Na mesma linha, o padre Massimo Ramundo disse que Bolsonaro não se preocupa com a defesa das minorias.

A maioria dos líderes mundiais que se reuniram no G20 seguiram para o Reino Unido, para a COP26. Bolsonaro não foi ao evento e retornará ao Brasil. O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, representante da comitiva brasileira, anunciou uma nova meta climática que prevê a redução de 50% das emissões até 2030. Porém, ele não apresentou o número real da redução prometida. Esta é a terceira vez que o Brasil refaz a meta climática em menos de um ano.

Outra promessa do ministro foi zerar o desmatamento ilegal em 2028, apesar de as ações do governo seguirem na contramão da proposta. A gestão de Bolsonaro é marcada pelo desmonte de órgãos de fiscalização ambiental, perseguição a servidores públicos, avanço da grilagem de terras e garimpo ilegal em áreas protegidas.

Cinema cearense

É do Ceará que vem a dica cultural desta edição do Programa Bem Viver: conhecer a produção do cinema do estado, aquecida com filmes que abordam diversidade de raça, gênero e religião. Alguns destaques são os filmes “Cabeça de nêgo” e “Arreda homem que chegou mulher”.

Vale lembrar que quem produz audiovisual precisa de recursos para continuar pautando temas relevantes da sociedade contemporânea por meio da arte. Para isso, ampliar o público é essencial.


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Edição: Sarah Fernandes