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Programa Bem Viver: confira entrevista com rapper Don L, o comunista premiado “artista do ano”

Com 18 anos de carreira, o cearense conquista espaço em um cenário dominado por artistas do sul e sudeste

Ouça o áudio:

Don L, convidado no BDF Entrevista, se considera mais guerrilheiro do que MC - Bel Gandolfo/ Divulgação
Os grandes jornais têm um histórico de serem anticomunistas

A edição de hoje (11) do Programa Bem Viver repercute uma conversa com um dos principais nomes do Rap nacional: Don L, que recebeu na última semana o Prêmio de Artista do Ano pela Associação Paulista de Críticos de Arte, um dos principais reconhecimentos na categoria.

Com quase 18 anos de estrada, Gabriel Linhares da Rocha, que assina artisticamente como Don L, fez algo que ele próprio admite ser revolucionário: ser um rapper do Nordeste, do Ceará, receber prêmios tradicionalmente concedidos a artista do sul e sudeste.

Na conversa com o programa BdF Entrevista, repercutida no Bem Viver, Don L avalia que outras questões além da regionalidade fazem com que ele não esteja nas principais capas de revistas e jornais. Uma delas é o fato de se declarar publicamente como comunista.

“Os [grandes] jornais têm claramente um editorial com linha política. Eles têm um histórico de serem anticomunistas, em primeiro lugar. A gente é um país em que a violência institucionalizada é muito brutal e os veículos de comunicação agem em conluio com a manutenção desse Estado nacional”, pontuou.

Além de discutir a cena atual do Rap e a presença do Nordeste no gênero, o artista falou sobre política e discutiu rumos que o país deve assumir depois da eleição de 2022.

“A gente está numa fase do capitalismo tardio que é socialismo ou barbárie. É poder popular ou barbárie. Uma das principais lutas que a gente precisa ter é consciência por território. A gente tem uma população confinada nas favelas, vivendo em condições indignas, enquanto são o braço, o motor da nossa sociedade”, disse.

PL do Veneno

A aprovação na Câmara dos Deputados do projeto de lei chamado de PL do Veneno, que facilita a liberação de agrotóxicos, segue causando polêmica. A reportagem do Brasil de Fato investigou a trajetória do relator do projeto, deputado Luiz Nishimori (PL-PR), e descobriu que ele teve a candidatura impulsionada por empresários do agronegócio.

Nas eleições de 2018 ele recebeu R$ 380 mil para a campanha de 10 empresário do setor.

Após uma manobra articulada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, parlamentares se mobilizaram e rapidamente aprovaram o PL do Veneno, que é apontado por especialistas como um risco à saúde pública. A proposta agora segue para o Senado.

Pelo texto, basta o Ministério da Agricultura aprovar o uso do agrotóxico para o produto seja comercializado. Na norma atual, é previso aval também do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O texto altera, inclusive, que o nome dos produtos passam a se chamar “pesticidas”.

Plantio de árvores

Movimentos populares do campo se organizam para recuperar áreas degradadas pelo desmatamento para agricultura e pecuária. Um deles é o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que nos últimos anos defende a bandeira “plantar árvores e produzir alimentos saudáveis”.

A reportagem do Brasil de Fato reuniu diversos exemplos de ações do MST espalhadas por diferentes regiões do Brasil para entender como o movimento vem atuando para garantir qualidade de vida. É uma estratégia com potencial de perpetuar espécies nativas e garantir comida pra população.


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O programa vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 11h às 12h, com reprise aos domingos, às 10h, na Rádio Brasil Atual. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo.

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Edição: Sarah Fernandes