SAÚDE

Governo Nunes muda forma de solicitação de medicamentos e pode dificultar acesso da população

Também nesta edição, Moro se filia ao União Brasil, e desiste de candidatura à presidência da República

Ouça o áudio:

Em dezembro, havia 1.800 itens em falta, principalmente fraldas geriátricas, mas também medicamentos para hipertensão, diabetes, problemas cardíacos e de saúde mental. - Arquivo EBC

Depois de deixar a população da capital paulista sofrendo por meses com uma falta generalizada de medicamentos, o governo Nunes inova na tentativa de dificultar o acesso a alguns remédios. Um e-mail obtido com exclusividade pela RBA mostra que a prefeitura vai mudar a forma como a população solicita medicamentos e dietas enterais que não fazem parte da relação municipal de medicamentos, chamados extra-remume.

Esses medicamentos são adquiridos por pedido médico, que precisa justificar que os medicamentos disponíveis no sistema de saúde municipal não são capazes de promover o melhor tratamento para o paciente.

Se houver aprovação da Comissão Farmacoterapêutica da prefeitura, o medicamento é adquirido, mas somente na quantidade para o tratamento daquela pessoa. Até hoje, o procedimento de solicitação era feito em qualquer unidade de saúde e o medicamento enviado para a unidade mais próxima do paciente, seja Unidade Básica de Saúde, ambulatório ou hospital. Mas, de acordo com o email, agora será preciso entregar a solicitação de medicamento extra-remume na AME Maria Zélia, próximo ao Brás. E,  se o pedido for aceito, retirar o remédio no Centro de Distribuição de Medicamentos e Correlatos, o CDMEC, no Jaguaré, zona oeste da cidade

Para a vereadora e membro da Comissão de Saúde da Câmara Municipal, Luana Alves, do PSOL, o objetivo do governo Nunes é reduzir gastos com esse tipo de atendimento. Para a vereadora, não se justifica dificultar o fornecimento desses medicamentos para a população, já que a situação financeira da prefeitura é confortável

O presidente do Conselho Municipal de Saúde de São Paulo, Leandro Valquer, também considera que a medida vai prejudicar a população. Ele destacou que o conselho não foi procurado para discutir a medida, mostrando o desrespeito do governo Nunes pela participação social.

A RBA questionou o governo Nunes sobre as mudanças e solicitou informações sobre quantos pacientes solicitam medicamentos nesse sistema e quantos são atendidos, em média,  mas não obteve retorno.

A falta de medicamentos em geral foi uma constante no ano passado em São Paulo. Em dezembro, havia 1.800 itens em falta, principalmente fraldas geriátricas, mas também medicamentos para hipertensão, diabetes, problemas cardíacos e de saúde mental.

Confira as principais notícias desta quinta (31/03), no áudio acima.

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Edição: Rede Brasil Atual