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Programa Bem Viver debate alta no preço do café e apresenta iniciativa sustentável de produção

A edição também destaca aumento de pedidos de mineração em território Yanomami e impactos socioambientais do agronegócio

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No assentamento do MST, o jovem Iago Alves é um dos 20 produtores de café no sistema agroflorestal - Vitor Shimomura/ Brasil de Fato

Até mesmo o café de todo dia se tornou um artigo de luxo para a população brasileira. O item está com o preço nas alturas. O programa Bem Viver desta sexta-feira (06) busca entender o porquê da elevação no valor do grão, que tem o Brasil como principal produtor. 

Um dos fatores que influenciam a carestia é o fato de o café ser considerado uma commodity. Ou seja, produto primário destinado ao comércio externo. Sendo assim, ele está sujeito às oscilações do mercado internacional. Essa é a explicação de Rodrigo Casado, da Cooperativa de Comercialização e Reforma Agrária Norte Pioneiro (Coanop), no Paraná.

“O café foi transformado numa commodity, como a maioria dos grãos no Brasil, e acaba tendo muita influência de mercado, dos especuladores, das bolsas e até mesmo de países que nem produzem café. Nós temos, hoje, um baixo estoque do café na mão de produtores e um alto estoque na mão de atravessadores, exportadores, traders, empresas que fazem a logística e a comercialização de café em nível global", afirma.

Em contraposição à lógica do mercado, o Bem Viver apresenta uma iniciativa sustentável de produção de café, que garante renda para o pequeno agricultor e um produto a preço justo para o consumidor. 

No assentamento Jacy Rocha, ligado ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no Sul da Bahia, o cultivo acontece por meio do sistema agroflorestal, com respeito ao trabalhador e ao meio ambiente. 

A edição desta sexta-feira também destaca as ameaças do agronegócio ao meio ambiente e à população do campo. No território da Chapada do Apodi, entre os estados do Ceará e Rio Grande do Norte, camponeses denunciam violações provocadas por grandes empresas produtoras de soja e algodão transgênico, que têm deixado comunidades ilhadas, com veneno na porta de casa. 

"Cadê os Yanomami?"

O Bem Viver também acompanha os desdobramentos da violência contra o povo indígena Yanomami, com destaque para um levantamento que aponta uma disparada nos pedidos de extração de minério em territórios povoados pela etnia. 

A área requerida para a atividade minerária dentro da Terra Indígena (TI) Yanomami corresponde a 40% do território total, conforme requerimentos registrados pela Agência Nacional da Mineração.


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O programa Radinho BdF vai ao ar às quartas-feiras, das 9h às 9h30, na Rádio Brasil Atual. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo e 93,3 FM na Baixada Santista. A edição também é transmitida na Rádio Brasil de Fato, às 9h, que pode ser ouvida no site do BdF.

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Edição: Geisa Marques